Então, é Natal de novo.
Graças a Deus chegamos a mais um Natal, a festa que faz renascer a esperança no menino que nasceu na manjedoura, a quem negaram hospedagem, abrigo, cama, coberta ao casal com uma mulher grávida, com dores de parto.
Festa por toda a cidade, e ninguém tinha espaço nem ouvidos para observar que aquela mãe jovem, ao lado de seu esposo, ia dar à luz uma criança.
E agora, José? O que fazer? Ninguém o ouvia, ninguém olhava nos seus olhos, ninguém teve espaço para sua Maria e seu filho.
Como devem haver sido aqueles encontros? José, será que você pedia e ninguém entendia o que você estava a dizer? Será que você falava e ninguém dava ouvidos? Será que você implorava, mas na festa ninguém tinha tempo de escutar? Será que você implorava e ninguém se compadecia?
E a hora chegando, Maria, e ninguém via que aquela jovem com dores, em trabalho de parto, olhos iguais aos olhos de muitos, que só querem ser olhados, ninguém oferece um quarto, um lar.
E você, Maria? Sabedora de sua dor, uma jovem igual a muitas Marias, que querem conforto, lugar perfeito, enxoval, parto humanizado.
Você chega à estrebaria e dá à luz, em meio aos animais, o filho perfeito.
Eita, menino nascido, que veio ao mundo predestinado a ser o mais lembrado de todos.
Que eu possa contar, dentro da minha humilde visão, essa passagem, e ver que ainda hoje se perpetuam os mesmos atos e omissões.
Queria eu, meu bom José e sagrada Maria, de joelhos dobrados, pedir perdão pela ingratidão humana, orar com olhos em Cristo, e agradecer as lições concebidas em cada Natal.
Temos a luz da estrela, que irradia o universo, na mensagem viva do menino que vence, que ensina, que transforma, que revoluciona, que é exemplo e que se torna eterno em vida.
Eu creio!
Eu vivo o Natal do nascimento do Cristo vivo.
Eu vivo o Natal da família de Nazaré.
Amém, Maria!
Amém, José!
De um dia de domingo
2O/12/24
Carlos Marques Dunga Jr