Três em cada quatro eleitores de Haddad veem risco de nova ditadura, enquanto 65% dos apoiadores de Bolsonaro desconsideram a possibilidade

Ato relembra vítimas da ditadura militar no Brasil; pesquisa Datafolha mostra temor de brasileiros
Tânia Rêgo/Agência Brasil – 2.5.16

Ato relembra vítimas da ditadura militar no Brasil; pesquisa Datafolha mostra temor de brasileiros

Metade da população brasileira considera haver alguma chance de o País ter uma nova ditadura. O dado consta da pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (18), que mensurou ainda as intenções de voto para a Presidência da República .

Os responsáveis pela pesquisa Datafolha  questionaram a 9.137 eleitores: “Atualmente, você acha que há alguma chance de haver uma nova ditadura no Brasil?”. 31% dos entrevistados responderam que “sim, há muita chance”, enquanto 19% disseram que “sim, um pouco de chance”. Responderam que não há “nenhuma chance” 42% dos entrevistados, enquanto 8% não souberam responder.

Em 2014, o número de eleitores que demonstravam apreensão real quanto à possibilidade de uma nova ditadura no Brasil era bem menor. Segundo levantamento feito em fevereiro daquele ano, também pelo Datafolha, aqueles que viam “muita chance” de isso acontecer representavam apenas 15% da população. O grupo dos que diziam ver “um pouco de chance” representava 24%.

O novo estudo indica que três em cada quatro eleitores que declaram ter a intenção de votar em Fernando Haddad (PT) consideram haver “alguma chance” de nova ditadura. Já entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PSL), 65% dizem não ver nenhuma possibilidade de isso ocorrer no País.

Mulheres e eleitores de baixa renda (até dois salários mínimos) são os grupos que concentram maior número de pessoas preocupadas com a possibilidade de um novo governo autoritáro no Brasil. Homens e eleitores mais ricos (com renda superior a dez salários mínimos) figuram no pólo oposto.

Os pesquisadores também questionaram os entrevistados sobre suas percepções a respeito das realizações da ditadura militar que governou o Brasil no período de 1964 a 1985. Para 51% dos brasileiros, foram mais realizações negativas do que negativas. Outros 32% afirmaram o contrário: a ditadura militar produziu mais realizações positivas do que realizações negativas. 17% não souberam responder à questão.