Ao longo de toda a nossa militância profissional nunca fomos de insurgimento contra as regras do jogo, sobretudo quando está em torno dos processos a atuação da Justiça. Data Vênia, como ousam bradar os jurídicos do bairro da Torre, é incompreensível ao mesmo tempo lamentável identificar formas diferentes (de punição ou não) no tratamento dos fatos políticos relevantes entre os candidatos na ótica da Justiça.
No Roda Viva – TV estatal insuspeita do PSDB, tempos atrás, o mundo quase desabou na ótica do líder Aécio Neves quando o editor da Revista Piaui indagou como ele encara as acusações de uso de cocaína.
Calma! Não estou aqui defendendo a lógica de se chegar a esse estágio, entretanto, houvesse essa situação sido perpassada para a realidade da Paraiba, coitado do profissional que tivesse produzido uma pergunta “desse porte”, mesmo muito difícil, mas fruto de contexto sabido e tratado por muita gente de São Paulo, Rio e Minas. Fosse em solo tabajara, coitado do “infeliz das costas ocas” a esta altura “deportado” para o inferno dos bons jornalistas.
Na Paraiba, por excesso de rigor, veículos e profissionais têm sido punidos por reproduzirem declarações e fatos reais – muito longe desta abordagem feita em rede de TV, numa lógica trágica ao mesmo tempo engraçada: determinado candidato sofre uma critica produzida por um adversário, logo gera-se Ação e ato continuo punição.
O danado é que ao invés de punir o autor das criticas quem acaba punido, no nosso entendimento injustamente, é quem faz Jornalismo correto.
Tem mais: esse mesmo candidato que acumula centenas de ações contra veículos e profissionais também faz criticas aos seus adversários, duras criticas, mas nenhum deles se manifesta com iras contra a Imprensa.
Ainda em tempo, rogamos que a Douta Justiça Eleitoral da Paraiba entenda e assimile que nenhum veiculo quer ou vai desrespeitar a Corte e seus Doutos integrantes, mas é preciso alinhar, criar parâmetros com o que acontece em nível nacional porque, se 10% do que se efetiva em nosso Estado, fosse aplicado nos grandes veículos do Pais – a maioria estava sem veicular nada, seja Rede Globo, Veja, Época, etc, que – estes sim, fazem campanha contra uma candidata e tudo fica sem nenhuma punição, como se dá na terra de Nossa Senhora das Neves.
É tempo do bom senso vingar e permitindo que a Imprensa cumpra seu papel de noticiar veiculando o debate / discurso critico dos candidatos.
Se quiserem e tiverem de punir que faça a eles e não à imprensa.
CASOS REAIS
A Grande Midia (Rede Globo, Veja, Estadão, etc) faz jornalismo engajado a favor de Aécio Neves e contra Dilma Rousseff o tempo inteiro, desde quando o PT e seus Governos (Lula/Dilma) resolveram gerar resultados e não ceder aos caprichos financeiros e ideológicos das grandes empresas.
Todo dia, toda semana é um arsenal contra o PT e seus lideres sem nenhuma ação efetiva da Justiça Eleitoral de São Paulo, Brasilia, etc tirando as TVs do ar, impedindo a circulação dos jornais, revistas, etc.
Na Paraiba, o “Jornal dos Municipios”, tribuna de sobrevivência do incansável lutador democrata Wanderly Farias, sofreu no primeiro turno a ação da Polícia Federal, ameaça de prisão, apreensão dos exemplares porque – e isto era verdadeiro – dispunha de uma edição em que pntuava um dos candidatos como fazedor de obras. E era da Oposição.
O que nos angustia: Wanderly assumiu uma postura de empresa engajada, tal qual a Globo, Veja, etc fazem – e isto até o New York Times faz, da mesma forma que o Washington Post, nos EUA, mas aqui são dois pesos e duas medidas tratando um micro empresário lutador como bandido sem o sê-lo.
Quem tem coragem de tirar a Rede Globo do ar?
Duvido!
OUTRO CASO
No primeiro turno, ainda, um ex-servidor do Detran, comissionado oriundo da Codata, deu uma entrevista ao Portal WSCOM relatando com fotos e áudios afirmando que“tinha sido exonerado por não ter ido a uma atividade de campanha”.
Tudo comprovado, com a reportagem buscando o contra-ponto da coligação afetada, que se recusou, como também se recusara seu principal candidato ao Governo convidado para entrevista ao WSCOM mas recusou.
Pois bem, de repente o WSCOM foi punido passando toda a fase de votação fora do ar.
Meu Deus! – ficamos a indagar? Por que na Paraiba a gente se esforça todo o tempo para fazer jornalismo mínimo, mas sempre tendo que enfrentar uma verdadeira saga onde ao longo dos quase quatro anos acumulamos dezenas de Processos sem nenhuma agressão de nossa parte, mas a vindita se fazendo existir.
Mas não vamos desistir!
UM ALENTO
Enquanto existem as condições de processo normal e enquadrado nas regras do jogo, apelamos para que as referências e parâmetros do Sudeste possam vingar em nossa terra de forma serena e coadunamente com a Liberdade de Expressão prevista na maior das Leis, a nossa Constituição.
Por Walter Santos