Produção independente registra saberes ancestrais e resistência cultural das parteiras indígenas e quilombolas, com estreia prevista em festivais e plataformas online
A força e o conhecimento das parteiras tradicionais ganham destaque no documentário Tecendo Redes de Solidariedade com as Parteiras Tradicionais da Paraíba, dirigido por Leandro Ribeiro Rolim e produzido pela Distropya e Casa Lua Cheia. Com patrocínio da Prefeitura de João Pessoa, por meio de Lei Aldir Blanc, o filme percorre a Baía da Traição, João Pessoa e Conde, documentando também o II Encontro Internacional de Parteiras e o legado dessas guardiãs do parto.
As parteiras tradicionais, recentemente reconhecidas como Patrimônio Imaterial da Humanidade pelo IPHAN, protagonizam o documentário, que destaca a sabedoria ancestral, a conexão com a natureza e a resistência cultural dessas mulheres.
O documentário amplia a discussão sobre o parto humanizado e a importância dessas mulheres para a cultura e a saúde comunitária. Além das parteiras indígenas Potiguara, o curta conta com depoimentos de parteiras de países como Chile, Uruguai, Colômbia, México, Argentina, Canadá e Brasil, e cria uma rede de troca e fortalecimento da tradição.
O projeto registra a memória e as práticas das partes tradicionais, permitindo o reconhecimento de suas histórias individuais e coletivas. Mais do que um registro, o documentário se propõe a ser um instrumento de transformação social, que, além de valorizar esse legado, busca gerar impacto concreto na vida dessas mulheres. Esse reconhecimento das guardiãs do parto e do nascimento fortalece a sua identidade cultural e fomenta políticas públicas de proteção e reconhecimento, incluindo a regulamentação da atividade, incentivos financeiros e programas de formação.
Tecendo Redes de Solidariedade com as Parteiras Tradicionais da Paraíba também visa inspirar novas gerações, incentivando a continuidade desse conhecimento ancestral por meio de workshops e cursos. Além disso, pretende conscientizar a sociedade sobre a importância do parto humanizado, ampliando o debate sobre modelos alternativos ao parto hospitalar.
A iniciativa é uma continuidade do trabalho da Casa Lua Cheia, que, desde 2014, atua na valorização das festas e na promoção de eventos que dialogam sobre parto e nascimento.
O curta, será lançado em exibições locais, além de ser inscrito em festivais nacionais e internacionais de cinema e disponibilizado no YouTube.
Sobre a Casa Lua Cheia
Desde 2014, a Casa Lua Cheia atua na valorização das festas tradicionais e no fortalecimento da rede de solidariedade entre essas mulheres, promovendo eventos e ações que reforçam a importância do parto humanizado e do saber ancestral. Em 2022, a Casa Lua Cheia se consolida como associação e promoveu o I Encontro Latino-Americano de Guardiãs do Parto e Nascimento, fortalecendo parcerias e ampliando a visibilidade dessas mulheres.
Fonte Alessandra Lontra