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Blog do Vavá da Luz

Cunhão e Claudião omitiram contas no exterior por 14 anos, informa Banco Central

cunha

BRASÍLIA — O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sua mulher, Cláudia Cruz, são alvos de investigação do Banco Central por esconderem contas na Suíça, segundo a revista Época. No dia 10 de novembro, O GLOBO revelou que esse processo seria aberto após Cunha admitir publicamente que é beneficiário de ativos financeiros registrados em nome de trusts, empresas criadas em paraísos fiscais e oficialmente controladoras de recursos do deputado na Suíça.

Segundo a reportagem publicada nesta quinta-feira no site da revista, o BC verificou o que o presidente da Câmara já havia admitido publicamente: nenhuma declaração de capitais no exterior havia sido feita. No dia 18 de novembro, de acordo com Época, a autoridade monetária enviou uma notificação para Cunha e sua mulher com o pedido de esclarecimentos sobre bens fora do Brasil. No dia 3 de dezembro, os advogados do parlamentar responderam que o objeto de investigação é o mesmo do inquérito em trâmite no Supremo Tribunal Federal, ao qual não tiveram acesso integral, o que inviabilizaria qualquer resposta.
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Na última sexta-feira, o procurador-geral do Banco Central, Isaac Sidney Menezes Ferreira, teria enviado um relatório à Procuradoria-Geral da República que diz que Eduardo Cunha se omitiu “por 14 anos do dever de declarar ao BCB os valores de bens ou diretos existentes fora do território nacional”.

 

“A atitude arredia do Sr. Eduardo Cosentino da Cunha revela desapreço e, até mesmo, singular menosprezo institucional ao BCB”, escreve Isaac Ferreira.

Procurado pelo GLOBO, Eduardo Cunha disse que a matéria está protegida por sigilo fiscal e que seus advogados já deram os esclarecimentos necessários.

“Os advogados já responderam aos questionamentos na forma de petição, mas cabe ressaltar que se trata de matéria protegida por sigilo fiscal, e o fato de haver vazamentos de informações sobre o assunto pode ensejar ação judicial. Não tenho conta em qualquer banco de Israel, desminto com veemência essa informação e desafio a quem quer que seja a prová-la”, respondeu o deputado, por meio da assessoria.
O GLOBO