
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, nesta quarta-feira (20), com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e com o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), no Palácio da Alvorada. O encontro ocorreu poucas horas após o governo sofrer sua primeira derrota na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Apesar do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ter indicado Omar Aziz (MDB-AM) para a presidência da CPMI, a maioria dos parlamentares escolheu Carlos Viana (Podemos-MG) para o posto, emplacando uma liderança de oposição.
Sem conseguir a presidência e a relatoria da comissão, o governo teme maior exposição às convocações de autoridades. Entre os nomes que podem ser chamados estão o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) e o sindicalista Frei Chico, irmão de Lula.
Diante do revés, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou os líderes da base aliada para uma reunião de emergência no Planalto. O objetivo foi cobrar maior coesão e alinhar estratégias para evitar novos desgastes políticos no Congresso.
Investigação
A investigação ganhou força após dados do Tribunal de Contas da União (TCU) apontarem um salto nos valores descontados de aposentados: de R$ 544 milhões, em 2021, para R$ 2,1 bilhões neste ano. As suspeitas levaram o INSS a abrir apurações internas, enquanto a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal deflagraram a Operação Sem Desconto.
A CPMI do INSS é formada por 16 senadores e 16 deputados titulares, além de igual número de suplentes.