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CARTA ABERTA AOS COLEGAS SERVIDORES PÚBLICOS

CARTA ABERTA AOS COLEGAS SERVIDORES PÚBLICOS
De Marconi Araújo: 40 ANOS DE SERVIÇO PÚBLICO (01.08.1984 – 01.08.2024)

Eita que data marcante
Pra minha satisfação
São 40 anos de história
De intensa dedicação
Que arraigado compromisso
Viva o público serviço
Em que aflorou doação.

Relembro com perfeição
E tanta clarividência:
Dia 1º de agosto
Início da experiência
Do labor cotidiano
Em 84 o ano
Desta feliz providência.

Comecei na Previdência
Social este ideal
De servir com urbanidade
O cidadão afinal
Somando-se na trajetória
34 anos de glória
Na Justiça Federal.

Hoje completo exatos 40 anos de total dedicação ao serviço público, fruto de aprovações em concursos públicos. Afinal, foi em 01/08/1984 que comecei a atuar como servidor público federal, a partir do INSS (antigo IAPAS), estando, na atualidade, como servidor concursado da Justiça Federal na Paraíba (JFPB) há pouco mais de 34 anos, 21 dos quais em Campina Grande e os outros 13 na capital das acácias, João Pessoa.

Passa um “filme na minha cabeça” acerca de tudo o que já vivi e experimentei na seara pública. As funções que exerci com absoluta humildade, zelo, empatia, respeito, dedicação e exercício inafastável do espírito público, consciente das minhas obrigações focadas na importância de servir – e servir bem – ao público, por renovada consciência pessoal da responsabilidade assumida e abraçada, assim como por dever de ofício, funções estas que exemplifico através da chefia geral da Previdência Social (ex-INPS, INAMPS e IAPAS) em Campina Grande (cargo federal do Poder Executivo), a presidência da Associação dos Servidores da Previdência e Assistência Social da Paraíba (ASPASP), a presidência do IPSEM – instituto de previdência dos servidores públicos municipais da cidade “rainha da borborema” (cargo municipal do Poder Executivo campinense) e, ainda, no Poder Judiciário, a Direção de Varas Federais em Campina Grande (6a e 10a Varas), da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais e do Núcleo Judiciário do Estado da Paraíba, em João Pessoa, assim como, dentre as diversas seções, setores e supervisões, a que hoje exerço e me dedico na JFPB desde 2017, em João Pessoa, com a “mesmíssima” paixão e disposição de sempre: o Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania (CEJUSC).

Nessas 4 décadas celebro, sobretudo, destacadas amizades, guardando comigo, no coração, lembranças incríveis de conquistas e realizações tantas, sobre as quais nem vou debruçar-me neste instante, afinal, passaria horas relatando-as, uma a uma, tamanha a satisfação e ocorrências nesse sentido. Por outro lado, não costumo fazer aflorar em mim, por ser característica de meu próprio caráter e visão de mundo, marcas indesejadas de algumas decepções mais profundas que, certamente, em 40 anos, possam ter surgido – como de fato surgiu, ao longo do percurso. Ao contrário, procuro focar no poder de superação, na minha força interior, na crença indubitável de que é sempre possível superar adversidades e, seguramente, na resiliência que nunca me abandonou.

Percebo que se avizinha, enfim, o desfecho final da caminhada. Quando exatamente? Não tenho como precisar. Entrego a Deus e nEle confio para iluminar-me oportunamente quando da tomada de decisão que teima em se aproximar, apesar da saúde física e mental que ousa acompanhar-me diariamente, graças a Deus. Desde setembro de 2024 fazendo jus ao abono de permanência e, por conseguinte, há 11 meses percebendo uma remuneração menor do que aquela que faria jus se aposentado estivesse em face de adesão que fiz em 2018 ao benefício especial decorrente da migração do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) ao Regime de Previdência Complementar (RPC) de que trata a lei federal nr 12.618/2012, consoante levantamento oficial feito pela Justiça Federal, tenho consciência da proximidade do encerramento deste ciclo rumo à aposentadoria por tempo de contribuição, até mesmo por surpreendentes fatores alheios à minha própria vontade, a despeito de toda dedicação alimentada sem freios dia após dia, ano após ano, década após década, nessa caminhada apaixonante que simboliza o trajeto iluminado, consciente e abençoado de todo servidor público em essência.

De uma coisa tenho certeza: com saúde e disposição que ora me acompanha, não tenho a menor dúvida de que posso até “vestir o pijama” em apreço por razões diversas, mas certamente haverei de manter-me convicto de que, ao assim proceder, haverei de ressignificar meus passos, redimensionar horizontes e refazer rotas que me levarão a caminhos apropriados ou alternativos os mais diversos que, de algum modo, me farão continuar servindo ao cidadão indistintamente, aonde quer que esteja. Aliás, urge enfatizar, não abro mão de “servir”, esta palavra que nos orienta, nos encanta, reforça nosso compromisso e mantém “acesa a chama” da urbanidade e tão necessária responsabilidade social que nos cabe infinitamente, em especial nesta arte tão louvável, apaixonante e inquebrantável que traduz o serviço público e, consequentemente, o “palco iluminado” do bem servir como crença e meta dos quais não devemos abrir mão, sob hipótese alguma.

A todos os colegas servidores, juízes, ex-colegas de trabalho, estagiários, terceirizados, conciliadores, parceiros internos ou externos, operadores do direito, cidadãos de um modo geral, familiares e, ainda, aos amigos que acumulei durante todo o tempo aqui referenciado, compartilho este texto transmitindo desde já, com indisfarçável alegria e consciência plena do dever cumprido até então por quatro décadas exatamente, o meu renovado, sincero, eterno e mais escolhido sentimento de gratidão.

Desculpem-me o texto longo, mas precisava compartilhar com todos. Senti-me bem – e até mesmo aliviado, além de extremamente feliz, ao agir assim em data tão significativa pra mim, enquanto servidor público por opção pessoal.

Deus no comando, sempre!❤️

João Pessoa (PB), 01/08/2024.

MARCONI PEREIRA DE ARAÚJO
Servidor público há 40 anos, com muito orgulho e satisfação pessoal

@poetamarconiaraujooficial