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Blog do Vavá da Luz

Cantor Antônio Barros faz 90 anos da dupla Antonio Barros e Cecéu

Cantor Antônio Barros faz 90 anos: “Nunca me preocupei com idade”

 

Vavá da Luz em prosa com Antonio Barros e e Cecéu

Queimadas tem pouco mais de 43 mil habitantes, mas tem um mais conhecido do que os outros.

O motivo, só ouvindo para entender.

Se hoje a cidade tem jeito interiorano, imagina em 1930.

 

– Em 1930 ninguém conhecia nada, sabia nem que o mundo era redondo. Ai fui pra Campina Grande

e de Campina Grande ficamos lá até a minha vivência de adulto. Depois ai eu fui liberado para Recife,

ai a partir dai começou a minha vida profissional – disse o cantor o compositor Antônio Barros.

Peraí, seu Antônio. Vamos contar sua história direito.

 

Em 1937, foi inaugurado em Queimadas o Grupo Escolar José Tavares.

 

– Essa foi a primeira escola de Queimadas. Ela foi fundada em 1937. Esse foi o primeiro

ano dele na escola, que hoje são os anos iniciais e antigamente se chamava primário – disse

a diretora da escola Rubenice Macêdo.

 

E não foi só ele que estudou lá. Familiares também passaram pela escola, como

Adalto Barros, primo do compositor.

 

Adalto prestou um grande serviço para a música nordestina.

 

– Meu pai tem um violão e ele aprendeu a tocar violão no violão do meu pai. Aprendeu

a tocar com ele, tocavam juntos no sítio. Começou com ele, com meu pai Adalto Barros

– disse José Paulo da Silva Barros, também primo do compositor.

Depois do violão, o pandeiro.

 

– Campina Grande foi a escola de pandeiristas, fui pandeirista. Toquei pandeiro

na rádio – disse Antônio.

 

De lá pra Recife e para o Rio de Janeiro, meio sem planos.

 

– Ai me lembrei de Jackson do Pandeiro. Jackson do Pandeiro já estava no Rio. Fui à rádio nacional

e encontrei o Jackson. Ai eu a Jackson: Jackson, tou aqui, não tenho onde comer, não tenho onde

dormir, não tenho onde ficar. Ai ele disse: tu é doido, nego vei. Eu disse sou sim. Ai chamou o

irmão dele, e disse: Vá buscar Antônio lá no navio para levar lá pra casa. Ai fui pro apartamento

de Jackson do Pandeiro. Foi quem me deu apoio no Rio de Janeiro. Agradeço a Deus em primeiro

lugar e a ele – disse o compositor.

 

Compondo com frequência, chegou o momento em que uma música estourou nas rádios,

na gravação do Trio Nordestino. Foi a música Procurando Tu.

Já conhecido, ele não deixou de visitar Campina Grande e numa dessas viagens esteve na

casa número 128 da Rua Vigário Calixto.

 

Atualmente está tudo modificado, mas foi neste imóvel, em Campina Grande, que Antônio

Barros conheceu Cecéu, uma parceira para sempre.

– Tava escrito nas estrelas, porque aos meus nove anos de idade eu estudava no Colégio São

Vicente de Paulo e já ia cantando música de Antônio Barros. Então quando foi em 71, quando

nós nos conhecemos, e, então, o que acontece: ficamos ainda sete meses vendo, conversando

bastante, e Antônio voltando para o Rio, passou esse tempo lá, depois voltou e foi quando

ele veio e disse: “Cecéu, vamos nos unir, vamosfazer uma dupla”, porque eu também já tinha alguns

trabalhos feitos, então disse: “vamos nos unir”. “Eu não tenho muito o que te dar, eu só tenho mais

problema”. “Você topa?”. Eu disse: topo – comentou sua parceira Cecéu Barros.

 

E quando a gente fala de parceria não é só sentimental a dupla gravou um disco de música

romântica como Tony e Mary, mas foi no forró que emplacou sucesso atrás do outro,

como Homem com H.

 

– Dentro desse leque todo foi Luiz Gonzaga, Marinês, Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste, Jorge

de Altinho, que foi um dos cantores, é um dos cantores que mais também gravou música de

Antônio Barros e Cecéu. Elba, Ney Matogrosso, Alcione. Me desculpe se eu esquecer de alguém.

 

É muita gente – disse a parceira.

 

São muitos prêmios e reconhecimento pelo trabalho ao longo de décadas de carreira.

Mas será que fazer 90 anos tem um gosto especial?

– Eu acho que seja normal, né? Porque eu nunca levei a sério esse negócio de “Parabéns para você”,

 

isso ai eu nunca levei a sério isso não, porque eu sempre fui uma pessoa realista e vi sempre a realidade.

Como eu tive uma vida muito cansativa como era o nordestino que ia pro Rio de Janeiro lutar para

conseguir alguma coisa na vida, eu nunca me preocupei com idade. O dia passava e eu não via.

Como hoje, hoje está tudo bem porque eu tou feliz que tou aqui na TV Cabo Branco, não é?

estou bonitinho aqui, com aquela imagem bonita da TV Cabo Branco, agora eu estou feliz

– comentou o cantor.

*com informações da TV Cabo Branco