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CADÊ O RESTANTE ? : Investigado assina delação premiada e se compromete a pagar R$ 70 milhões

Empresário Hamylton Padilha é um dos seis investigados que se tornaram réus por decisão da Justiça nesta segunda-feira

Agência Brasil

O juiz federal Sérgio Moro: cerco se aperta contra empresários acusados de esquemas de desvios
Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

O juiz federal Sérgio Moro: cerco se aperta contra empresários acusados de esquemas de desvios

O empresário Hamylton Padilha fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) no qual se comprometeu a pagar multa de R$ 70 milhões para ressarcir a Petrobras. Padilha é um dos seis investigados na Operação Lava Jato, que se tornou réu hoje (10) por decisão do juiz federal Sérgio Moro.

De acordo com o termo de colaboração assinado com a força-tarefa do MPF, o empresário terá pena máxima de oito anos de prisão, período que poderá ser substituído por dois a cinco anos de regime domiciliar. Em troca, o empresário deverá fornecer informações aos investigadores sobre o funcionamento do esquema de pagamento de propina.

Mais cedo, Moro aceitou denúncia do MPF contra o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada e mais cinco pessoas. Agora réus, eles são acusados dos crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Denúncias
Além de Hamylton, foram denunciados Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras; Eduardo Costa Vaz Musa, ex-gerente da Área Internacional da Petrobras; João Augusto Rezende Henrique, apontado como lobista do PMDB no esquema; Raul Schmidt Felippe Júnior, também apontado como lobista; e o chinês Hsin Chi Su (Nobu Su).

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Fernando Frazão/Agência Brasil

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Ao aceitar as denúncias, Moro lembrou que, no transcorrer das investigações da força-tarefa da Lava Jato, foram descobertas duas contas secretas mantidas por Zeladas no Principado de Mônaco, uma delas com saldo de 10,2 milhões de euros. Zelada, que sucedeu Nestor Cerveró, réu em outras ações penais decorrentes da Lava Jato, na diretoria internacional da estatal.

De acordo com o MPF, Zelada e Eduardo Musa aceitaram receber propina de cerca de US$ 31 milhões de Hamylton Padilha e Nobu Su para favorecer a contratação, em janeiro 2009, da empresa Vantage Drilling Corporation para afretamento do navio-sonda Titanium Explorer pela Petrobrás ao custo de US$ 1,816 bilhão.

 

Ainda segundo as denúncias, Raul Schmidt Felippe Júnior e João Augusto Rezende Henriques atuaram na negociação da propina e receberam parte dela.

“Parte da propina foi repassada a Hamylton Padilha, que se encarregou de pagar Jorgel Luiz Zelada e Eduardo Musa, e outra parte da propina foi repassada a João Augusto Rezende Henriques, que se encarregou de distribuir a parte que caberia ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB”, disse Moro em despacho.