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Blog do Vavá da Luz

BÚSSOLA, SEU NOVO NOTICIÁRIO PARA QUEM GOSTA DE FICAR POR DENTRO

Brasília,03 de março de 2022

● FOLHA DE SP
RÚSSIA TOMA CIDADE ESTRATÉGICA; PLENÁRIO DA ONU CONDENA INVASÃO
Enquanto bombardeios se intensificam em torno de Kiev e Kharkiv, as duas principais
cidades da Ucrânia, as forças russas começam a redesenhar o mapa do país vizinho
com a tomada de Kherson, ao sul do país. O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa
em Moscou. Kherson passou aproximadamente 24 horas sob intenso bombardeio, o
que deve ter gerado elevadas baixas civis, dando assim uma medida do cerco que se
forma em torno da capital ameaçada.
● ESTADÃO
PREÇO DE MATÉRIA-PRIMA DISPARA COM GUERRA E PRESSIONA INFLAÇÃO
Uma semana após o início da guerra na Ucrânia, o avanço nos preços de algumas
matérias-primas básicas indica que o impacto da inflação no bolso do consumidor
deve ser forte. Desde 23 de fevereiro, o petróleo subiu 16,6%, de US$ 96,84 para US$
112,93 o barril do óleo tipo Brent. Na Bolsa de Chicago, a cotação do trigo aumentou
19,7% (de US$ 8,85 para US$ 10,59 por bushel) e o milho, outros 6,5% (de US$ 6,81
para US$ 7,25 por bushel). Esses são os produtos nos quais Rússia e Ucrânia são mais
fortes no comércio global.
● O GLOBO
CONDENAÇÃO DA INVASÃO PELA ONU MOSTRA RÚSSIA ISOLADA
Em contundente rejeição internacional à invasão da Ucrânia, Assembleia Geral da
ONU condenou a Rússia pelo ataque por 141 votos a favor — incluindo o do Brasil —
e só cinco contra, além de 35 abstenções. A resolução exige a retirada imediata das
forças russas. O embaixador da União Europeia na ONU, Olof Skoog, disse ao final da
votação que o resultado mostra que “o mundo está com a Ucrânia” e o “isolamento”
da Rússia. — Trata-se da escolha de tanques e mísseis ou diálogo e diplomacia —
afirmou. —A Rússia optou pela agressão. O mundo, pela paz.
MATÉRIAS
● FOLHA DE SP / ESTADÃO / O GLOBO
STF SUSPENDE MAIS UMA AÇÃO PENAL CONTRA LULA
Lewandowski trancou o processo no qual Lula era réu por supostos crimes cometidos
na compra de 36 caças suecos Gripen —a aquisição foi efetivada no governo de Dilma
BÚSSOLA

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Rousseff. Derivada da Operação Zelotes, a ação penal estava em andamento na
Justiça Federal do DF e era a última ainda em curso contra Lula.
● FOLHA DE SP / ESTADÃO / O GLOBO
DEFASAGEM NOS PREÇOS DE GASOLINA E DIESEL CHEGA A 25%
A disparada na cotação do petróleo no mercado internacional após a invasão da
Rússia pela Ucrânia deve levar a um novo aumento do preço de combustíveis no
Brasil. De acordo com cálculos da Abicom, defasagem entre o valor da gasolina e do
diesel no país e o cobrado lá fora chegou a 25%, o maior patamar já registrado.
Segundo Sergio Araujo, presidente da Abicom, seria necessário um reajuste de R$
1,11 no litro do diesel e de R$ 0,87 na gasolina.
● FOLHA DE SP / ESTADÃO / O GLOBO
RÚSSIA TOMA CIDADE-CHAVE NO SUL DA UCRÂNIA E AMPLIA ATAQUE A CIVIS
Exército russo conquistou seu primeiro grande alvo estratégico, a cidade de Kherson,
no sul da Ucrânia, e reforçou o cerco à Kiev e o porto de Mariupol, no sul do país. No
norte, o cerco a Kiev continua, com bombardeios diários, incluindo quatro na
madrugada de hoje. Kharkiv, segunda maior cidade do país, também é um alvo. A
queda de Kherson é importante porque o controle da cidade dá aos russos uma
plataforma para tomar os portos de Odessa e Mariupol, por onde escoa boa parte da
produção de grãos ucraniana.
● FOLHA DE SP / ESTADÃO / O GLOBO
BOLSA AVANÇA 1,8%, E DÓLAR RECUA A R$ 5,10
Apesar da escalada de tensões entre Rússia e Ucrânia nos últimos dias, a Bolsa
brasileira voltou do carnaval em terreno positivo: teve alta firme, e o dólar comercial
caiu quase 1%. O desempenho positivo de empresas ligadas a commodities e a
valorização dos mercados externos ajudaram. Ibovespa fechou com alta de 1,80%,
aos 115.174 pontos. A moeda americana caiu 0,99%, a R$ 5,1053.
● FOLHA DE SP / ESTADÃO / O GLOBO
DAMARES CANCELA CANAL PARA DENÚNCIAS DE ANTIVACINA
Damares Alves enviou mais de 50 ofícios a diferentes autoridades, como Bolsonaro e
os 27 governadores, informando que o Disque 100, usado para receber denúncias de
violações de direitos humanos, não está mais disponível para registrar queixas de
pessoas contrárias à vacinação de Covid-19 que se sintam discriminadas.
● FOLHA DE SP / ESTADÃO / O GLOBO
QUASE 26 MILHÕES TÊM ‘DINHEIRO ESQUECIDO’
BC divulgou o passo a passo para que correntista faça o saque do dinheiro
“esquecido” em bancos. Quem tem dinheiro esquecido poderá acessar os recursos a
partir da próxima segunda-feira, 7 de março, mas seguindo um calendário definido
pelo Banco Central. Até agora, mais de 114 milhões já acessaram o site do BC. Desse

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total, 25,9 milhões tinham recursos a receber. Além disso, 2,7 milhões de empresas
acessaram o sistema, dos quais 253 mil têm recursos a receber.
● FOLHA DE SP / ESTADÃO
PRESIDENTE CITA GUERRA E DEFENDE MINERAÇÃO EM TERRAS INDÍGENAS
Bolsonaro defendeu aprovação de um projeto que libera a mineração em terras
indígenas para, segundo ele, minimizar a dependência brasileira da Rússia no acesso
a fertilizantes agrícolas. O chefe do Executivo tem mencionado a dificuldade de
importação de potássio como justificativa para não condenar a invasão à Ucrânia pelo
país de Putin. A cobrança do presidente, feita nas redes sociais, se refere ao Projeto
de Lei 191/2020, que se tornou alvo de protestos de ambientalistas.
● FOLHA DE SP / ESTADÃO
PAÍS CHEGA A 650 MIL MORTES POR COVID
País chegou ontem a 650 mil mortes pela covid-19, com os idosos entre as principais
vítimas, indicando que uma quarta dose de imunizante pode ser essencial. Outro
ponto que os especialistas destacam é o grande número de óbitos evitáveis, que pode
chegar a 60%. Nesta quarta, o número de novas infecções notificadas foi de 29.841.
No total, o Brasil tem 650.052 mortos e 28.839.306 casos da doença.
● FOLHA DE SP
AFASTAMENTO DE JUÍZES NA ESTEIRA DO CASO LULA-MORO BENEFICIA OUTROS
POLÍTICOS
Na esteira da declaração de parcialidade de Moro pelo STF, outros políticos também
têm se beneficiado por decisões judiciais similares contra magistrados. Uma delas pôs
em xeque uma vasta operação anticorrupção deflagrada em Mato Grosso do Sul, que
chegou a prender um ex-governador. Além disso, também foi afastado o magistrado
que conduzia ação de improbidade contra Arthur Lira.
● FOLHA DE SP
PETISTA CONVERSA COM PRESIDENTE DO MÉXICO SOBRE GUERRA NA UCRÂNIA E
DEFENDE NECESSIDADE DE PAZ
Lula conversou com Andrés Manuel López Obrador, sobre a guerra na Ucrânia e
defendeu a necessidade de paz. O petista tomou café da manhã com o líder mexicano
em encontro que durou mais de três horas na sede do governo. “Grande encontro
nessa manhã com o presidente López Obrador Conversamos sobre justiça social,
combate à fome, irmandade da América Latina e a necessidade de paz no nosso
mundo. Viva o México!”, tuitou Lula após o encontro.
● FOLHA DE SP
MINISTROS DA DEFESA LEVARAM PARENTES E JAIR RENAN BOLSONARO EM VOOS
DA FAB
Ministros da Defesa durante o governo Bolsonaro, Azevedo e Silva e Walter Braga
Netto levaram de parentes a Jair Renan, o filho 04 do presidente, em voos oficiais com

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aeronaves da FAB. Os registros de passageiros foram fornecidos via Lei de Acesso à
Informação pela Defesa e a Casa Civil, pasta que Braga Netto comandou até março de
2021.
● FOLHA DE SP
NOVA ROTINA DO PRESIDENTE NO LITORAL DE SP TEM REJEIÇÃO E ‘FUGAS’
Bolsonaro encarou na passagem de cinco dias pelo Forte dos Andradas, em Guarujá
(SP), durante o feriado de Carnaval, uma rotina quase inédita desde a primeira visita
ao local, em abril de 2019. Em sua décima vez hospedado no hotel de trânsito da
fortificação, além das tradicionais manifestações de apoio, houve algumas de rejeição
atípicas em visitas anteriores. O político deixou o litoral paulista no fim da tarde desta
quarta-feira (2), de helicóptero, rumo a Brasília.
● FOLHA DE SP
COM ALTA DO PETRÓLEO, PACHECO PAUTA PROJETOS QUE TENTAM CONTER
PREÇOS
Em meio ao impacto da guerra na Ucrânia sobre o barril do petróleo, Rodrigo Pacheco
anunciou nesta quarta (2) que colocou na pauta de votação da Casa que comanda o
pacote de projetos de lei que busca a reduzir o preço dos combustíveis. Pacheco
comunicou a decisão em uma rede social. “Na próxima semana, os dois projetos de
lei que trazem medidas para controlar a escalada dos preços de combustíveis
(PLP11/2020 e PL1472/2021) estarão na pauta do Senado”, disse.
● FOLHA DE SP
INSS VOLTARÁ A ATENDER SEM AGENDAMENTO
INSS vai retomar o atendimento presencial nas agências de todo o país sem que seja
necessário fazer agendamento prévio. O chamado atendimento espontâneo valerá
somente para alguns serviços, como o de orientação aos segurados, atendimento
jurídico, para agendamento de serviços e emissão de senha para o portal Gov.br.
● FOLHA DE SP
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE SP TÊM DESEMPENHO MAIS BAIXO DA HISTÓRIA
Os estudantes de ensino médio das escolas estaduais de São Paulo tiveram em 2021
o menor rendimento em matemática na prova do Saresp desde 2010, início da série
histórica. Os dados foram divulgados na tarde desta quarta-feira (2) pela Secretaria
da Educação do Estado. As provas foram aplicadas em dezembro do ano passado para
mais de 642 mil alunos do 5° e 9° ano do ensino fundamental e do 3° ano do ensino
médio da rede estadual.
● ESTADÃO / O GLOBO
CENTRÃO TURBINADO
Legendas do país iniciam temporada de perdas e conquistas de filiados a partir de
hoje, com a abertura da janela partidária. Como grande parte das negociações está
em curso desde o ano passado, líderes e dirigentes já identificaram as principais

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movimentações e o impacto na correlação de forças do Congresso. Na Câmara, o
maior beneficiado deve ser o PL, fortalecendo assim ainda mais o Centrão. Com 42
deputados, bancada tende a receber cerca de três dezenas de nomes. A maior parte
virá do União Brasil, agremiação que mais deve perder quadros.
● ESTADÃO
EDUARDO BOLSONARO MOBILIZA LEGISLATIVOS NOS ESTADOS PARA FACILITAR
PORTE DE ARMAS
Com dificuldade para fazer avançar no Congresso projeto que beneficia caçadores,
atiradores e colecionadores, os chamados CACs, Eduardo Bolsonaro articula um
movimento com aliados nas assembleias estaduais para dar porte de arma irrestrito
aos integrantes dessa classe. O plano é aprovar regionalmente leis que buscam
esvaziar a atuação de delegados da Polícia Federal, responsáveis pela análise dos
pedidos de porte. Levantamento do Estadão identificou projetos com a mesma
finalidade em 13 Estados e no DF, apresentados até o início de fevereiro.
● ESTADÃO
STF VETA PERMISSÃO PARA PROCURADORES DE ALAGOAS
STF declarou inconstitucionalidade de uma lei de Alagoas que concedeu aos
procuradores do Estado a prerrogativa de portarem arma de fogo. Por unanimidade,
os ministros da Corte acompanharam o voto do relator, Alexandre de Moraes, que
considerou não ser cabível que o Estado outorgue o porte de armas de fogo a
categorias funcionais não contempladas pela legislação federal.
● ESTADÃO
EMPRESA CRITICADA TEM 149 PEDIDOS DE EXPLORAÇÃO
Empresa canadense alvo de críticas de Bolsonaro concentra 149 pedidos ativos de
exploração de potássio em diversos municípios do Pará e do Amazonas. Os dados da
ANM mostram que a Potássio do Brasil, controlada pelo banco canadense de
investimentos Forbes & Manhattan, aguarda conclusão do processo ambiental de
dezenas de projetos para dar início efetivo à exploração no País.
● ESTADÃO
‘TRABALHO POR UM AMBIENTE MENOS TÓXICO NA INTERNET’
Relator do projeto de lei das fake news, Orlando Silva disse que não olha o CPF dos
colegas quando recebe propostas para incorporar ao texto. Mesmo assim, tem
enfrentado muitas resistências de parlamentares. Até agora, a maior oposição vem
da base de Bolsonaro. Silva afirmou que a legislação será permanente, ou seja,
ultrapassará o período do atual governo. “Não trabalho para afetar nenhuma
empresa, nenhum aplicativo, nenhuma tecnologia, nenhuma liderança política.
Trabalho para que tenhamos um ambiente mais saudável na internet, menos tóxico.”

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● ESTADÃO
COM ALTA DO PETRÓLEO, DEFASAGEM DO PREÇO DA GASOLINA JÁ É DE 24%
Defasagem entre os preços cobrados pela Petrobras e os das principais bolsas de
negociação do mundo chegou a 24%, para a gasolina, e 27%, para o óleo diesel,
segundo cálculo do consultor em Gerenciamento de Risco da consultoria Stonex,
Pedro Shinzato. Ontem, preço do barril do petróleo alcançou cotação de US$ 112,9.
● ESTADÃO
CONSUMO DE GÁS TEM ALTA DE QUASE 29% EM 2021
O consumo total de gás natural no Brasil alcançou 76 milhões de metros cúbicos/dia
na média acumulada no ano passado, alta de 28,8% na comparação com a média
acumulada de 2020, quando foram consumidos 59 milhões de metros cúbicos/ dia,
informou a Abegás. Os dados fazem parte de levantamento estatístico mensal da
Abegás com distribuidoras de todo o País.
● ESTADÃO
‘PACOTE DE BONDADES’ GANHA REFORÇO NA PRÓXIMA SEMANA
A partir da semana que vem, governo lançará série de medidas econômicas para
tentar impulsionar aeconomia, que ainda sofre com consequências da pandemia. O
“pacote de bondades”, se bem-sucedido, pode ajudar na tentativa de reeleição de
Bolsonaro, embora o governo negue relação das iniciativas com o ano eleitoral.
● O GLOBO
ENTRE O WHATSAPP E A ONU, OS SINAIS DIFUSOS DE BOLSONARO NA GUERRA
Ao mesmo tempo que o Brasil votou a favor da resolução do Conselho de Segurança
da ONU para condenar a invasão da Rússia à Ucrânia, Bolsonaro resolveu repassar
para alguns grupos de WhatsApp de que participa um texto sobre o que seria o
contexto do conflito. A postagem traz uma visão “olavista”e no início já adverte: “Os
Estados Unidos não são mais uma nação virtuosa”.
● O GLOBO
PODEMOS JÁ ADMITE ALIANÇA ‘ENXUTA’ PARA SERGIO MORO
Enquanto União Brasil, MDB e PSDB negociam aliança para as eleições deste ano, o
Podemos já cogita a possibilidade de Moro ser candidato à Presidência com o apoio
de poucos partidos e sem acesso às maiores fatias do fundo eleitoral e da propaganda
no rádio e na televisão. —Gostaríamos de ter uma aliança mais robusta, mas, se não
for possível, não vejo problema em sair com uma coligação enxuta, como fizemos nas
(eleições) para prefeito (em 2020) —disse Renata Abreu.
● O GLOBO
PRÉ-CANDIDATOS NO RIO DISPUTAM APOIO DO MINISTÉRIO DE MADUREIRA
Para atrair o voto de eleitores evangélicos, pré-candidatos ao governo do Rio de
Janeiro estão disputando o apoio de um dos principais líderes religiosos da
Assembleia de Deus, maior igreja pentecostal do Brasil: o bispo Abner Ferreira. O

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deputado federal Marcelo Freixo, o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves e o ex-
presidente da OAB Felipe Santa Cruz mantêm conversas com o líder religioso e usam

sua influência como ativo eleitoral entre o segmento evangélico.
● O GLOBO
ESCOLAS PRIVADAS ENCOLHEM
As escolas privadas brasileiras perderam quase um milhão de estudantes nos dois
primeiros anos da pandemia. O número representa uma queda de quase 10% de
matrículas, interrompendo uma série histórica de crescimento. O maior baque foi na
educação infantil, que representou quase 600 mil — 298 mil na creche e 308 mil na
pré-escola, uma queda de 21% e 25%, respectivamente.
● O GLOBO
ENERGIA NA MIRA
As sanções do Ocidente contra a Rússia após a invasão da Ucrânia atingiram novo
patamar ontem. Os Estados Unidos anunciaram restrições ao país que incluem
“exportações de tecnologia” no setor de refino de petróleo. De acordo com a Casa
Branca, as ações podem ajudar Washington a alcançar o objetivo de “degradar o
status da Rússia como principal fornecedor de energia ao longo do tempo”. A
iniciativa marca o passo mais significativo já adotado para alcançar o setor que é
considerado a força vital da economia russa.
● O GLOBO
GOVERNO TEME FALTA DE FERTILIZANTES PARA PRÓXIMA SAFRA DE GRÃOS
Governo e representantes do agronegócio estão preocupados com o fornecimento
de fertilizante para a próxima safra de grãos, coma invasão da Ucrânia, por causa da
alta dependência brasileira aos fertilizantes vendidos por Rússia e Bielorrússia, que
respondem por 30% do consumo. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, alertou
para a alta dos preços dos alimentos adiante, com insumos mais difíceis de encontrar
e mais caros.
● O GLOBO
GOVERNO PREPARA PACOTE DE MAIS DE R$ 150 BI
Governo lançará, a partir da próxima semana, uma série de medidas com o objetivo
de impulsionar a economia, que ainda sofre com as consequências da pandemia e
será afetada pela guerra na Ucrânia. O pacote vai liberar mais de R$ 150 bi no ano
eleitoral, sendo que a maior parte desse dinheiro estará fora do Orçamento e sem
impacto sobre as contas públicas. A intenção do governo é lançar pelo menos uma
medida por dia, em eventos no Palácio do Planalto.

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EDITORIAIS
● EDITORIAL 1 – FOLHA DE SP
O AMIGO VLADIMIR
Esperar de Bolsonaro coerência na relação com outras nações e compreensão dos
temas geopolíticos equivale a acreditar em milagres. A superficialidade, os rompantes
irrefletidos, as contradições e a ausência de linhas de continuidade prevalecem. Não
tem sido diferente no caso da invasão militar da Ucrânia pela Rússia. O que contrasta,
sem dúvida, com o passado e o presente do Itamaraty são as atitudes de Bolsonaro
sobre a crise. Ele chegou a interromper mais um longo período de ócio no litoral para
fazer comentários confusos sobre como pretende lidar com a Rússia de seu mais novo
amigo, Putin. Explicou que adotaria a “neutralidade” com o autocrata. Falas de
Bolsonaro também se chocam com o que o MRE está fazendo. A neutralidade a que
o presidente brasileiro se refere mais parece um gesto pessoal de simpatia com o líder
russo. Putin, afinal, é uma espécie de modelo avançado do que Bolsonaro gostaria de
ser, mas não consegue por causa das instituições da democracia.
● EDITORIAL 2 – FOLHA DE SP
TRANSPARÊNCIA É LEI
Agentes do Estado não precisam de mais do que um filamento de pretexto jurídico
para tentar forçara interpretação das leis que lhes convêm, nem sempre coincidente
com o interesse público. Exemplo grotesco desse pendor veio do Exército, que, em
nome da proteção à privacidade de Pazuello, determinou, com base na LAI, sigilo de
cem anos para o processo que livrou o militar da ativa de punição por ter participado
de ato político de apoio a Bolsonaro. Pior, a prática tortuosa vem sendo estendida até
a grandes coleções de dados produzidas pela administração, com impactos deletérios
para a transparência pública e até para a atividade científica. Regra geral da
administração, que vale para atos, processos e números, é a publicidade —sendo o
sigilo reservado para os casos excepcionais em que há ameaça de dano concreto ao
cidadão. Sem isso, é a própria democracia que não estará funcionando bem.
● EDITORIAL 1 – ESTADÃO
NÃO É HORA DE NEUTRALIDADE
Só o rápido fim da guerra, com suspensão da violência, desocupação da Ucrânia e
restauração da ordem multilateral, pode interessar ao Brasil. Bolsonaro, no entanto,
parece desprezar essa verdade tão óbvia quanto importante. Mantida a agressão à
soberania ucraniana, a insegurança continuará e todos os países serão afetados
política e economicamente. Não é hora para neutralidade nem para simpatia mal
disfarçada a quem viola de forma inegável e arrogante o direito internacional. Não
adianta recorrer a argumentos travestidos de realismo. Nem a mais grosseira
caricatura de maquiavelismo pode justificar a atual diplomacia presidencial. Além de
política e moralmente indefensável, a tolerância ao brutal expansionismo de Putin é
mau negócio. Se a guerra se prolongar, prolongadas serão também as sanções.

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● EDITORIAL 2 – ESTADÃO
PERIGO REAL E IMEDIATO
No que concerne ao Brasil, o IPCC aponta risco de queda importante na produção
agrícola, o que pode aumentar ainda mais o número de brasileiros que vivem em
insegurança alimentar. A essa altura, é evidente que não se pode esperar nada de
Bolsonaro, alguém que enxerga alertas científicos sobre riscos ambientais como “a
mesma xaropada de sempre”. Portanto, medida mais urgente que o País tem de
adotar para impedir ou mitigar os efeitos das mudanças climáticas é não reeleger
Bolsonaro. Sua estupidez orgulhosa e seu desdém por questões relacionadas à
proteção do meio ambiente, mais do que levar o Brasil à condição de pária
internacional, representam perigo real e imediato para brasileiros mais vulneráveis.
● EDITORIAL 3 – ESTADÃO
CORTE DE IPI, COMO NOS TEMPOS DO PT
Seria uma interpretação generosa dizer que, ao reduzir em 25% o IPI para todos os
bens, exceto cigarros, governo Bolsonaro está saindo de uma letargia que o impedia
de ver os problemas que o setor manufatureiro enfrenta há anos, afetaram
duramente sua competitividade e ameaçam sua presença no mercado mundial.
Governo, especialmente Guedes, sempre esteve bem acordado. Apenas não entendia
a complexidade dos problemas que precisava enfrentar ou deles fugia quando antevia
riscos políticos caso agisse. Agora, em ano eleitoral, entendeu que precisa mostrar
que está atento aos grandes problemas nacionais, dispõe de meios para enfrentá-los
e está disposto a fazê-lo. O País, e não apenas a indústria, necessita de muito mais do
que discursos e medidas de caráter eleitoral para voltar a crescer.
● EDITORIAL 1 – O GLOBO
CHINA SE TORNOU DECISIVA PARA A PAZ NA EUROPA

Contra os mísseis e tanques russos na Ucrânia, o Ocidente montou uma contra-
ofensiva econômica sem precedentes. Com a Rússia virtualmente sem acesso ao

sistema financeiro internacional, sua sustentação econômica dependerá cada vez
mais da China. Por isso todos os olhos estão voltados para Pequim. Na terça, o
ministro das Relações Exteriores da China, em conversa com o colega ucraniano,
afirmou que seu país está pronto para ajudar a acabar com a guerra. Um eventual
esforço chinês para fazer deslanchar as negociações de paz será bem-vindo. Um país
simpático a Putin teria papel especialmente relevante neste momento.
● EDITORIAL 2 – O GLOBO
DESCALABRO NO ORÇAMENTO TIRA VERBAS DE OBRAS CONTRA AS CHUVAS
Um exemplo do descalabro provocado pelas emendas do relator está no MDR. A
pasta não tem recursos para o básico: obras prioritárias de prevenção contra chuvas.
Ao Ministério da Economia e à Casa Civil, a pasta informou que as obras para conter
encostas e combater inundações estão sob risco de paralisação por falta de recursos.
Um absurdo, pois o Desenvolvimento Regional foi agraciado com R$ 4,3 bilhões em

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emendas do relator, ficando atrás apenas do Ministério da Saúde. Verbas secretas são
canalizadas sem nenhum tipo de critério técnico ou investimento estratégico. Em
consequência, as obras realmente necessárias ficam no limbo.
COLUNAS
● COLUNA PAINEL: FÁBIO ZANINI (INTERINO) – FOLHA DE SP
ASFIXIA
A crise na obtenção de fertilizantes importados pode se agravar com a paralisia das
atividades da filial brasileira da Companhia de Potássio Belarusso. A estatal do país do
leste europeu cogita fechar as portas de seu escritório em Curitiba (PR), caso não haja
retomada da chegada do insumo ao Brasil. Nesta quarta (2), a interrupção no fluxo
completou 30 dias, sem perspectiva de ser normalizada. Belarus responde por 20%
do fornecimento do produto, essencial para a agricultura.
APERTO
O regime belarusso está sob sanções internacionais em razão da repressão à
oposição. Sem acesso ao mar, o país depende de vizinhos para exportar. No começo
do mês, a Lituânia fechou as portas para o produto.
PATAMAR
Com isso, a tonelada do potássio já pulou de US$ 250 há um ano para US$ 820
atualmente, aumento de 228%. Sem perspectiva de solução das questões geopolíticas
a curto prazo, a estimativa é que o produto rompa em breve a barreira dos US$ 1.000
por tonelada.
CARIMBADOS
A eclosão da guerra na Ucrânia tende a aumentar a importância da política externa
na campanha eleitoral. A maior parte dos presidenciáveis, no entanto, tem
aproveitado conselheiros antigos para se orientarem.
TITULARES
O PT conta como ex-chanceler Celso Amorim. No PSDB, atuam como porta-vozes
informais o ex-ministro Celso Lafer e o embaixador Sergio Amaral. Já Ciro Gomes
(PDT) tem ouvido o ex-ministro Mangabeira Unger. O único que promete um nome
novo é Sergio Moro (Podemos).
AMBIÇÃO
Os bolsonaristas de SP têm a meta de eleger até 15 deputados estaduais em 2022
pelo PL, partido ao qual se filiou Jair Bolsonaro. Esse foi o número que o PSL emplacou
na onda de direita de 2018.

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LISTA
Gil Diniz já se filiou ao PL. Deve ser acompanhado por nomes como Major Mecca e
Castello Branco. Também há a possibilidade de que Conte Lopes, historicamente
ligado ao PP migre para o PL.
FOGO ALTO
O aceno do Telegram ao cumprir a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes
e suspender perfis ligados ao influenciador bolsonarista Allan dos Santos não deve
arrefecer a pressão sobre o aplicativo russo.
TEMPERATURA
A Justiça Eleitoral insiste na necessidade de a plataforma ter representação legal no
Brasil, de modo a que possa ser acionada judicialmente caso necessário. O caminho
preferido é que isso seja feito por meio de projeto no Congresso, mas medidas
judiciais seguem sendo uma possibilidade.
NOTA…

A corrupção no setor público puxou para baixo a posição obtida pelo Brasil no recém-
divulgado Índice de Liberdade Econômica, publicado pela Heritage Foundation, meca

liberal dos EUA. O Brasil obteve índice de 53,3 numa escala de 0 a 100, ficando na
posição 133 entre 177.
…VERMELHA
Mas no subitem integridade, anota foi apenas 40, o que pesou na média final. “A
corrupção e o peculato continuam endêmicos, especialmente entre autoridades
eleitas e nos setores de administração fiscal, contratos públicos e recursos naturais”,
afirma o relatório.
MARRETA
Prestes a deixar o ministério da Infraestrutura para disputar o governo de São Paulo,
Tarcísio Freitas voltou apostar vídeo feito por sua equipe em que é chamado de
“Thorcisio”, enquanto aparece batendo o martelo de um leilão de concessão. A
referência é ao personagem da Marvel que usa o instrumento como uma arma.
● COLUNA PAINEL S.A.: JOANA CUNHA – FOLHA DE SP
TRINCHEIRA
Enquanto Jair Bolsonaro evita criticar Vladimir Putin na guerra da Ucrânia sob a
justificativa de que o Brasil depende dos fertilizantes russos, a indústria da mineração
se movimenta na pauta da produção local. O Ibram (Instituto Brasileiro de
Mineração), que reúne empresas como Yara e Mosaic, quer sugerir ao governo a
criação de um grupo de trabalho para discutir o aumento da produção de fertilizantes
no Brasil, com o objetivo de diminuir a dependência externa.

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OFENSIVA
Segundo Julio Cesar Ferreira, diretor no Ibram, um dos focos do plano é ampliar o
número de jazidas para a extração do potássio. Ele afirma que essa proposta do setor
já existia antes da guerra na Ucrânia.
NA MESA
Ferreira diz que a ideia é que, além do setor produtivo, o grupo tenha a presença dos
governos estaduais e federal, incluindo órgãos como Ibama, Funai, Agência Nacional
de Mineração, comissões de agricultura da Câmara e Senado.
SOLO
Nesta quarta (2), Bolsonaro usou a possível escassez de fertilizantes para defender a
aprovação de um projeto de lei que, segundo ele, “permite a exploração de recursos
minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas”. O Ibram afirma que sua proposta
“não se refere à mineração em terras indígenas, já que não há lei regulamentando
isso”.
● COLUNA DE MÔNICA BERGAMO – FOLHA DE SP
NOVA DIREÇÃO
O Governo de São Paulo, que já discute internamente a possibilidade de flexibilizar o
uso de máscaras em São Paulo, aguarda com expectativa o comportamento das
curvas que indicam crescimento ou queda no número de casos, internações e mortes
por Covid-19.
DIREÇÃO 2
A esperança é que o comportamento das pessoas no Carnaval não altere
significativamente a tendência de queda que segue sendo verificada no estado, em
todos os itens.
QUEDA
O número de casos diagnosticados diariamente voltou a cair, de uma média de 13.070
na terceira semana de fevereiro para 11.657, por dia, em média, na última semana
do mês. As internações recuaram 29,3% no mesmo período — de uma média diária
de 700 para 495 hospitalizações. E os óbitos baixaram de uma média de 242 por dia
para 197.
PÉ ATRÁS
Apesar da evolução positiva, as mortes ainda assustam. O número era bem menor:
apenas 22 óbitos por Covid-19 foram registrados no estado.

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PÉ DO OUVIDO
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, busca um marqueteiro para assumir
a comunicação de sua campanha ao governo de SP. Ele já entabulou conversa com
alguns profissionais —e definiu que precisa de alguém com muita experiência em
disputas eleitorais paulistas.
COMPLETA TRADUÇÃO
Um de seus principais desafios, acredita o ministro, será traduzir seus termos técnicos
para uma linguagem popular. Ele mesmo já disse não saber ainda como isso pode ser
feito.
BOA PERGUNTA
Em um jantar com empresários, promovido pelo grupo Esfera em SP, o pré-candidato
lançado por Jair Bolsonaro (PL) foi questionado sobre como seu discurso “recheado
de números” chegaria ao eleitorado que se move “pelo coração”. O ministro refletiu
brevemente. E respondeu: “É uma boa pergunta. Não sei”.
ENERGIA
Em seguida, discorreu sobre a necessidade de “usar a energia para levar as boas
novas. Falar com as pessoas que a narrativa que estão dando do Brasil é diferente da
realidade. Se a gente não fizer isso, não vamos conseguir convencer que atravessamos
um período de crise muito grave, mas que tem um futuro muito legal ali na frente”.
● COLUNA DO ESTADÃO: CAMILA TURTELLI (INTERINA) – ESTADÃO
SINAIS CONTRADITÓRIOS DO BRASIL SOBRE A GUERRA PREOCUPAM DIPLOMATAS
Após o Brasil dizer “sim”, ontem, junto a outros 140 países, à resolução da ONU
condenando os ataques russos à Ucrânia, sinais contraditórios da política externa do
País sobre o conflito mais uma vez foram tema de discussões acaloradas em grupos
de diplomatas. Da “neutralidade” citada por Bolsonaro ao “equilíbrio” expresso por
Carlos França e as críticas contundentes de Hamilton Mourão, a leitura é de que a
falta de rumo pode isolar ainda mais o Brasil. Diplomatas têm demonstrado
preocupação sobre como a falta de clareza do Estado brasileiro sobre os ataques tem
repercutido internacionalmente e contribuído para piorar a imagem já desgastada da
política externa do País.
ORIGENS
O diplomata Paulo Roberto de Almeida colocou a política externa bolsonarista como
o final trágico de uma trajetória iniciada por um “aparelhamento lulopetista” no
Itamaraty: “Com o PT, a ‘pizza diplomática’ até que resistiu bem: só tinha umas fatias
de cubanices e bolivarianices”.

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ORIGENS 2
“Desde 2019, a ‘pizza’ foi contaminada por um molho bolsonarista inaceitável para os
princípios de nossa tradição”, escreveu Almeida, no Facebook.
OLHA AÍ
Ganharam destaque entre membros do corpo diplomático brasileiro printscreens de
jornais internacionais que, apesar do voto contra a Rússia na ONU, ainda veem o Brasil
como simpático à causa russa. O britânico Daily Mail, por exemplo, destacou ontem
as contradições do Brasil e visão “favorável” de Jair Bolsonaro sobre Vladimir Putin.
DESINFORMAÇÃO
O bloqueio da conta da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) no YouTube não é um caso
isolado entre bolsonaristas. No mês passado, a empresa retirou do ar o canal da TV
Câmara de Bauru, no interior de São Paulo, após discurso de um vereador do PSL,
Eduardo Borgo, questionando a aplicação da quarta dose da vacina contra a covid-19.
IGUAL PARA TODOS
“Todo criador (de canais) precisa seguir as mesmas regras”, disse à Coluna Alana
Rizzo, gerente de políticas públicas do YouTube. Ou seja, a plataforma entende que
imunidade parlamentar não livra quem espalha desinformação nas redes.
NÃO ABRO
O presidente estadual do Patriota no Paraná, deputado Roman, diz que o partido será
“100% Bolsonaro” no Estado, apesar de a sigla ainda estar indecisa sobre quem vai
apoiar ao governo estadual.
EXPLICA ISSO
O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), pediu esclarecimento ao governo
sobre Bolsonaro sugerir que tinha conversado com o presidente da Rússia, Vladimir
Putin, no domingo, o que foi negado na sequência.
ASSIM NÃO DÁ
“Quero que o Itamaraty diga para a nação se Bolsonaro mentiu ou não. Não podemos
mais permitir que o presidente se comporte com tamanha irresponsabilidade diante
de uma situação tão grave”, disse Lopes à Coluna.
PRONTO, FALEI!
Celina Leão – Deputada federal (PP-DF) “É emblemático debater essas nove décadas
de direito à conquista do voto pelas mulheres num ano de eleição e quando somos
apenas 15% no Congresso.”

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● COLUNA DIRETO DA FONTE: SONIA RACY – ESTADÃO
SENADO REJEITA PROIBIÇÃO DE BOMBAS
Enquanto as chamadas “bombas de fragmentação” entram em cena em Kiev e outras
cidades da Ucrânia, caminha para a gaveta, no Congresso brasileiro, uma tentativa de
proibir sua fabricação pelo País. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa do
Senado rejeitou em janeiro um projeto a respeito, do deputado Rubens Bueno
(Cidadania- PR) – e o texto continua tramitando. As bombas são hoje proibidas por
um tratado internacional de 2012 que o Brasil não assinou. O modelo dessas “ogivas
de dispersão”, como a chamam os especialistas, é produzido aqui pela Avibrás. Tem
uma carga única (uma só bomba, em torno de 150 quilos, que espalha os explosivos
ao cair) e seu principal comprador é a Arábia Saudita. Tecnicamente, nada impede a
fabricante de produzir outro modelo, com cargas múltiplas.
● COLUNA DE MERVAL PEREIRA – O GLOBO
GANHAR PERDENDO
Uma guerra que se ganha perdendo parece ser o destino da Rússia de Putin na
escalada contra a Ucrânia. O discurso de Biden diante do Congresso americano, muito
assertivo, fez uma análise geopolítica sobre a guerra interessante: Putin está saindo
enfraquecido. Seu desejo de menos Otan no entorno parece estar proporcionando o
ambiente político internacional para que mais países queiram se proteger na aliança
militar ocidental. Putin não imaginava que poderia acontecer uma resistência tão
forte, que está adiando a vitória dele, que parece inevitável. Mas será daquelas
derrotas, para a Ucrânia, que se transformam em vitória moral e reforçam o
sentimento de pertencimento de uma população.
● COLUNA DE MALU GASPAR – O GLOBO
A DIPLOMACIA DO ZAP
Ao explicar o que ele mesmo chamou de posição de “neutralidade” em relação à
guerra na Ucrânia, Bolsonaro recorreu à dependência do setor agrícola em relação
aos fertilizantes russos. O curioso é que Bolsonaro, agora, já não parece mais tão
preocupado. Enquanto Tereza Cristina anunciava sua ida ao Canadá para negociar o
aumento do fornecimento, o presidente sugeria no Telegram que se liberasse a
exploração de minas de potássio em reservas indígenas. No WhatsApp, espalhava
teorias da conspiração desconexas para justificar o injustificável. O problema para o
próprio presidente é que, assim como o print do celular, a História não se apaga, e as
consequências de sua diplomacia do zap podem vir a ser perenes.
● COLUNA DE MÍRIAM LEITÃO – O GLOBO
AS DERROTAS DE VLADIMIR PUTIN
Putin está perdendo a guerra. Não há mais bom cenário para ele. Domínio do
território da Ucrânia ocorrerá unicamente pela desproporção de forças, mas ele não
conquistará a Ucrânia. O PIB do país que governa vai despencar numa recessão que é
ainda difícil de calcular, o dólar subiu 40%, medidas são tomadas pelo BC para conter
a fuga de divisas. Um rublo vale menos que um centavo de dólar. Nos últimos sete

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dias houve uma brutal destruição da riqueza russa. A bolsa ficou fechada, mas em
Londres as empresas russas viraram pó. Os títulos do país são classificados como lixo
e não encontram comprador. Putin governa um país sitiado econômica e
financeiramente. O projeto inicial de Putin fracassou.
ARTIGOS
● ARTIGO DE BRUNO BOGHOSSIAN – FOLHA DE SP
O DIPLOMATA E A CAVALARIA
O partido de Bolsonaro foi buscar nas galerias do TSE um coordenador jurídico para a
candidatura do presidente. Tarcisio Vieira é um veterano da corte. Foi ministro por
sete anos, até maio do ano passado, do órgão que se tornou o foco principal dos
movimentos conspiratórios do capitão. Como juiz, Vieira atuou nas disputas
presidenciais de 2014 e 2018 —aquelas que Bolsonaro diz terem sido fraudadas, sem
apresentar nenhuma evidência. Como advogado, ele representará um candidato que
repete as falsas suspeitas e atira dúvidas sobre mais uma eleição. O ex-ministro se
lançou na função como um equilibrista. Na melhor das hipóteses, Bolsonaro terá um
diplomata falando em seu nome nos salões de Brasília, enquanto a cavalaria mantém
uma guerra suja do lado de fora.
● ARTIGO DE CONRADO HÜBNER MENDES – FOLHA DE SP
AMANHÃ VAI SER PIOR
No tema climático, nada mais alarmista que os últimos relatórios do Painel
Intergovernamental de Mudança do Clima, o IPCC. O governo Bolsonaro nem sequer
pode ser considerado anti-alarmista. Às evidências científicas e indicadores recordes
de degradação ambiental e humana na Amazônia, responde com negacionismo e
delinquência (ao desmantelar fiscalização e anistiar crime organizado). Aproveita para
contrabandear conceitos ao invocar valores da soberania nacional, da propriedade e
da liberdade e esconder o domínio de empreendimentos ilegais e perda de controle
estatal do território. E ainda mente ao prometer emprego e desenvolvimento por
meio de políticas que só fazem multiplicar pobreza, precarização e violência. O nosso
relógio amazônico se aproxima do ponto de não retorno.
● ARTIGO DE VINICIUS TORRES FREIRE – FOLHA DE SP
A INFLAÇÃO QUE VAI VIR
Faz 50 dias que a Petrobras não aumenta o preço de gasolina e diesel. Nesse tempo,
o barril do tipo Brent ficou 36,8% mais caro. Em reais, em uma conta de guardanapo,
o barril encareceu 26,4%, pois o real se valorizou e não voltou a levar tombo maior
mesmo com a guerra. Não é assim que petroleira faz contas para definir o preço de
acordo com a paridade internacional. Mas dá para ter uma ideia do problema, se a
estatal estiver mesmo decidida a manter sua política de preços. Está? Decisão vai
influenciar a inflação, talvez o tamanho da alta de juros que ainda está por vir e tem
efeito político, é óbvio. Em resumo, inflação vai ser um assunto que vai ficar mais

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quente: vai bater na política de preços da Petrobras, vai resultar em mais bla blá e
ideias daninhas no Congresso, deve afetar uns pontos do prestígio de Bolsonaro.
● ARTIGO DE WILLIAN WAACK – ESTADÃO
GUERRA E LIDERANÇA
Guerras oferecem excelentes lições sobre liderança política, algo que os militares
brasileiros talvez estejam aprendendo com a invasão russa da Ucrânia. Na Eceme,
ponto central estudado no presente conflito é a “guerra informacional”. Trata-se de
qual lado num conflito manipula melhor as informações ao público. E qual lado toma
as melhores decisões baseado em quais informações, evitando ser levado por
desinformação. Muito mais importante é a liderança política. Há debate fascinante
sobre o tamanho da desinformação de sucessivos líderes ocidentais ao lidar com o
dilema milenar do equilíbrio entre potências, e seu tratamento da Rússia. E do
tamanho da desinformação de Putin ao lidar com dados da realidade. Resta saber o
que oficiais-generais brasileiros acham que é “liderança política” quando olham para
o Planalto.