Brasil tem ligeira melhora no IDH, mas segue na 79ª posição em ranking mundial
Aumento da renda média do brasileiro fez País elevar IDH em 0,001 ponto, mas manteve Brasil estacionado pelo terceiro ano no ranking de 189 nações; ritmo de desenvolvimento humano desacelerou nos últimos anos no Brasil
O Brasil apresentou no último ano ligeira melhora em seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas não o suficiente para avançar no ranking mundial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (14) pela ONU, o IDH do Brasil evoluiu 0,001 em relação ao ano passado, mantendo o País na 79ª posição do ranking mundial pelo terceiro ano seguido .
O ranking elaborado anualmente pelas Nações Unidas avalia 189 nações a partir do cruzamento de dados relativos à saúde, educação e renda fornecidos pelos governos e por organismos internacionais. No caso do IDH do Brasil , a ligeira evolução notada no último ano decorre exclusivamente do incremento de 0,14% na renda média per capita do brasileiro.
De acordo com as Nações Unidas, os cinco países com IDH mais elevado são: Noruega (0,953), Suíça (0,944), Austrália (0,939), Irlanda (0,938) e Alemanha (0,936). Já as cinco nações com pior índice de desenvolvimento homano são: Burundi (0,417), Chade (0,404), Sudão do Sul (0,388), República Centro-Africana (0,367) e Níger (0,354).
Na 79ª colocação mundial, o Brasil segue entre os 53 países classificados como “de alto desenvolvimento humano”. A ONU divide as nações ainda em grupos de países com “desenvolvimento humano médio” (39 países), de “desenvolvimento humano baixo” (38 países) e de “desenvolvimento humano muito alto” (59 países).
Na América Latina, o Brasil ocupa o 5º lugar, perdendo para Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela. O IDH brasileiro está acima da média regional da América Latina e Caribe, que é de 0,758.
O ritmo de evolução do índice de desenvolvimento humano no Brasil baixou drasticamente nos últimos anos, refletindo os impactos da crise política e econômica que persiste no País. Entre 2012 e 2014, o IDH brasileiro teve incremento de 0,016 ponto. Já entre 2014 e 2017, esse avanço foi de apenas 0,007.
O que impacta o IDH do Brasil?
Em relação aos indicadores sobre a Educação no Brasil, o estudo do Pnud manteve as mesmas estimativas de 2017. O brasileiro adulto, que tem hoje estimativa de 75,7 anos de vida, estudou, em média, 7,8 anos. Já a projeção para as crianças que estão entrando na escola agora é de que elas passem 15,4 anos estudando.
Apesar da sensível melhora quanto à renda per capita, o Brasil tem ainda o nono pior coeficiente de Gini – que mede exclusivamente a renda – na comparação mundial. O novo estudo do Pnud aponta também que o Brasil caiu 17 posições no ranking que mede apenas a desigualdade no acesso da população à saúde, à educação e suas perspectivas econômicas.
E essa desigualdade se manifesta tanto entre ricos e pobres quanto entre homens e mulheres. Nessa segunda comparação, as mulheres têm maior expectativa de vida e maior expectativa de tempo de estudo, mas ainda assim a evolução de renda dos homens é 57,3% maior que a das mulheres no Brasil.
A nível mundial, a ONU constata que houve evolução em todas as regiões do planeta, mas esses avanços não se manifestaram igualmente a todos mesmo dentro de uma mesma nação – assim como mostram os dados que compõem o IDH do Brasil . Segundo as Nações Unidas, a disparidade entre homens e mulheres é um dos principais fatores que alavancam a desigualdade em um país. A ONU também alerta que a degradação do meio-ambiente e da atmosfera tem colocado sob risco os avanços em desenvolvimento humano conquistados nas últimas décadas.
Fonte: Último Segundo – iG /vavadaluz