Governo teve que desembolsar em agosto mais de R$ 1 milhão para quitar despesas com 47 ex-servidores públicos que atuaram na gestão da petista
O governo de Michel Temer teve que desembolsar em agosto mais de R$ 1 milhão para quitar despesas com 47 ex-servidores públicos que atuaram na gestão Dilma Rousseff. O montante se refere ao pagamento da quarentena, benefício autorizado pela Comissão de Ética da Presidência da República em que ex-funcionários continuam recebendo salário por um período de seis meses. Após o impeachment, no dia 31 de agosto, o número de beneficiados por essa política cresceu e já chega a 91.
Entre os beneficiados estão 17 ex-ministros de Dilma: Jaques Wagner (Casa Civil), Nelson Barbosa (Fazenda), Aloizio Mercadante (Educação), Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência), Valdir Simão (Planejamento), Ricardo Berzoini (Governo) e José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) e outros.
Prevista na legislação brasileira desde 2000 e alterada em 2013, a quarentena impede que ex-integrantes da Administração Pública Federal trabalhem na iniciativa privada por terem acesso a informações privilegiadas.
Dos 232 pedidos de quarentena feitos desde o início do ano, 35 ainda estão em processo de análise pela Comissão de Ética da Presidência da República. Entre eles o da ex-ministra da agricultura Kátia Abreu e do ex-presidente do BNDES Luciano Galvão Coutinho. De acordo com os dados da comissão, outros 105 pedidos foram rejeitados – incluindo o do ex-ministro da fazenda Joaquim Levy –, três arquivados e um suspenso.
Pagamento
Referente ao pagamento dos salários durante os seis meses previstos na lei da quarentena, a Comissão de Ética da Presidência informou, em nota, que o cálculo do valor e a ordenação do respectivo pagamento são atribuições do órgão de origem e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Já o Ministério do Planejamento informou que o cálculo do valor a ser pago a título de remuneração compensatória por motivo de quarentena não é feito pela pasta e sim pelo órgão ao qual a autoridade estava vinculada.
Segundo o ministério, isso acontece após o deferimento dado pela Comissão de Ética da Presidência ao impedimento de exercício de outra atividade, assim que o interessado solicita a concessão do benefício no departamento de recursos humanos do órgão no qual exercia o cargo.
A partir desse encaminhamento, o órgão lança a despesa na folha de pagamento do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape), calculando o valor devido a partir da data posterior ao dia da exoneração do cargo e o sistema automaticamente contabiliza o período de seis meses de duração para a realização do pagamento.
De acordo com a Comissão de Ética da Presidência, o recorde de concessões neste ano se deve, além do impeachment, à ampliação do rol de autoridades com direito à quarentena para funcionários de confiança e presidentes, vices e diretores de autarquias, fundações e empresas públicas ou sociedades de economia mista. A extensão da quarentena foi sancionada em 2013 por Dilma, depois que o projeto foi aprovado no Congresso.
Fonte: Último Segundo – iG /vavadaluz