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Blog do Vavá da Luz

Arqueólogo da UEPB e sua equipe desvendam mistério secular sobre a enigmática Pedra de Retumba

Arqueólogo da UEPB e sua equipe desvendam mistério secular sobre a enigmática Pedra de Retumba

Foto
Equipe de esvação

“Um marco para a arqueologia brasileira e paraibana: encontramos a Pedra de Retumba”. A afirmação é do pesquisador e arqueólogo da Universidade Estadual da Paraíba, Juvandi Santos, que coordena os trabalhos de escavação no município de Pedra Lavrada, no Curimataú paraibano.

A Paraíba é um dos Estados do Brasil que apresenta uma gigantesca quantidade de sítios arqueológicos. É daqui, a primeira referência sobre a existência de sítios arqueológicos de arte rupestre no Brasil, isso em fins do século XVI.

Aqui também se encontra o sítio arqueológico de arte rupestre mais importante do Brasil e um dos mais conhecidos do mundo: trata-se da Itacoatiara do Ingá. E é daqui também que temos, ou tínhamos, até o último dia 24, um dos mitos da arqueologia brasileira: o sítio arqueológico Pedra de Retumba em Pedra Lavrada.

A Pedra de Retumba tornou-se famosa porque foi desenhado pelo engenheiro de minas Francisco Retumba no ano de 1866. Este engenheiro foi contratado pelo Governo da Província da Paraíba para realizar prospecções de minerais pelo interior.

Se deparando com este magnífico sítio arqueológico, rico em gravuras rupestres, o engenheiro fez um desenho minucioso do mesmo, tornando-se numa importante referência acerca da existência do dito sítio, sendo o mesmo citado por inúmeros autores em todo o planeta.

Nos anos 20 do século passado, o autodidata José de Azevedo Dantas, de Carnauba dos Dantas no Rio Grande do Norte, esteve neste local em Pedra Lavrada e descreveu este belo monumento arqueológico pré-histórico.

A partir de então, o sítio começa a ser assoreado completamente por detritos provenientes das enxurradas na região e por rompimentos de barragens construídas a montante do sítio. A história deste sítio foi sendo repassada de geração a geração, virando um grande mito.

O Prof. Dr. Juvandi Santos, do departamento de História, Campus I, Campina Grande e sua equipe, que a mais de um ano vem desenvolvendo pesquisas na região do Seridó Oriental, solicitou junto ao IPHAN Nacional autorização para realizar o salvamento arqueológico em um local que se acreditava ser a Pedra de Retumba, local este apontado pela população local como existindo as gravuras rupestres.

Depois de intensa atividade arqueológica e sem esperança de encontrar o imenso painel rupestre com centenas de gravuras, no dia 24 deste mês, a uma profundidade de 2,50 m, apareceram os primeiros sinais gráficos do que é a Pedra de Retumba.

Muito ainda falta para expor todo o imenso painel, pois é uma atividade cara e demorada, mas já está comprovado que a Pedra de Retumba de fato existe e está ali, no riacho Canta Galo, em Pedra Lavrada, pronto para a contemplação de seus belos registros gráficos, tornando-se, juntamente com a Itacoatiara do Ingá, um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil.

Participaram das atividades, além de grupos trilheiros do Seridó da Paraíba e a população local de Pedra Lavrada, alunos dos cursos de História e Geografia da UEPB: Dennis Motta Oliveira (EAD – Geografia), Antônio Marcos Pereira – Geografia), Thalles, Karen, Ian e Lucas (Todos do curso de História de Campina Grande). Da mesma forma que sem a ajuda da Prefeitura Municipal de Pedra Lavrada, as atividades seriam impossíveis de acontecerem.

Fonte: EspaçoPB – Redação: [email protected]