Durante depoimento no STF na sexta, o ex-ministro Aldo Rebelo discutiu com Alexandre de Moraes e foi advertido
Após virar notícia por discutir com o ministro Alexandre de Moraes durante depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta (23/5), Aldo Rebelo iniciou o sábado (24/5) fazendo publicações nas redes sociais em que critica a Corte e seus ministros.
Rebelo é ex-ministro da Defesa do governo de Dilma Rousseff (PT), foi ministro no primeiro governo de Lula (PT) e militou no PCdoB por quatro décadas, mas recentemente tem se alinhado ao grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele depôs na ação que apura suposta trama golpista como testemunha de defesa do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha sob Bolsonaro.
O ex-ministro de Dilma publicou, neste sábado, vídeo em que acusa o STF de exceder suas funções, ao decidir “a escolha de ministros” e “delegados” e ao, supostamente, estar “legislando”. “O Supremo foi, naturalmente, tomando gosto por arbitrar as disputas dentro do Legislativo”, afirmou Rebelo em um dos vídeos publicados no Instagram.
Em uma das publicações, ele ainda relembrou o período em que esteve na presidência da Câmara dos Deputados, posto que ocupou de 2005 a 2007. “É uma situação quase sem limite. Qual a função do Legislativo, se o Supremo legisla?”, questionou.
Aldo Rebelo e o ministro Alexandre de Moraes tiveram discussão acalorada durante depoimento ao STF. Nessa sexta-feira (23/5), Rebelo depôs como testemunha de defesa de Almir Garnier, no âmbito de ação penal que trata de suposta trama golpista.
Durante o embate, o ministro Alexandre de Moraes advertiu o ex-ministro da Defesa de que poderia ser preso por desacato, caso não se comportasse.
A discussão ocorreu no momento em que Rebelo foi questionado pelo advogado de Garnier, Demóstenes Torres, sobre um possível apoio do cliente a uma tentativa de golpe. Rebelo tentou interpretar a língua portuguesa. Moraes o advertiu.
Rebelo foi presidente da Câmara dos Deputados de 2005 a 2007. Durante a carreira política, ele ainda ocupou cargo de ministro da Defesa do governo de Dilma Rousseff, na gestão de 2015 a 2016, e também as pastas da Ciência e Tecnologia e do Esporte. Sob Lula, foi ministro-chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais entre 2004 e 2005.