O governador João Azevêdo (PSB) escolheu uma palavra da moda. A “harmonização” política do bloco governista foi a condição colocada pelo socialista para dar uma pista do que pesará sobre sua decisão de ficar até o fim do mandato ou de renunciar o cargo para disputar o Senado.
A inspiração da emblemática declaração de João ao autor do Blog, ontem, no Programa Hora H, na TV Manaíra, pode ter sido inspirada em vários campos.
Se saiu da estética, a ‘harmonização’ prescrita dá pra ser encarada como procedimento para ajustar as linhas da base aliada aos contornos da face de uma chapa competitiva e, com uma candidatura, que, de preferência, lembre o rosto do governo.
Essa ‘harmonização’ tem na gastronomia um ponto ideal. Nesse caso, João está esperando a receita de um prato acompanhado de bebida que combine os elementos, sem que o sabor de um anule o outro, valorizando características individuais, mas sem perder o conceito. Que seja palatável.
Guitarrista desde a adolescência, é possível, também, que o governador espere na ‘harmonia’ musical os acordes para a orquestra aliada tocar, no mesmo tom e nas notas ensaiadas, e, principalmente, sem errar na melodia da competitividade e no ritmo da viabilidade, com a partitura ideal para, somente assim, pensar na canção da despedida antecipada.
Sem essa almejada afinação geral e na falta de músicos precisamente comprometidos com esse repertório, João já mandou dizer que fica. E sendo assim, para ser o maestro da sua própria sucessão. “Noutras palavras” – como canta Caetano -, o governador está avisando aos interessados no concerto de 2026 que a batuta está em suas mãos.
Mas, a responsabilidade por essa ‘harmonia’, também!