Restos mortais serão transferidos para cemitérios em Itatuba e Aroeiras.
Transferência acontece durante estiagem que baixou as águas em Acauã.
Os restos mortais dos dois cemitérios que foram cobertos pelas águas do Rio Paraíba na última cheia da barragem de Acauã serão transferidos para novas sepulturas nos municípios de Itatuba eAroeiras, no Agreste paraibano. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a realocação das ossadas está prevista para começar na segunda-feira (14).
A construção da barragem começou nos anos 1980, mas só terminou efetivamente em agosto de 2002. Estudos da época indicavam que levaria cinco anos para a barragem encher, mas fortes chuvas fizeram com que ela chegasse em seu nível máximo em apenas dois anos. Assim, não houve o tempo previsto para que as ossadas fossem retiradas dos cemitérios. A obra causou o deslocamento de cinco mil pessoas de cerca de 900 famílias que viviam às margens do rio Paraíba.
A escolha do período para a realocação, segundo o MPF, se dá em decorrência do longo período de estiagem que atinge a bacia do Rio Paraíba. Com isso, a barragem sofreu uma redução no volume de água e fez os cemitérios submersos aparecerem. A retirada das ossadas aproveita o período de baixa ocorrências de chuvas, que só devem voltar a ser registradas a partir de março.
A transferência foi definida em uma reunião do MPF com os prefeitos dos municípios para onde os restos serão transferidos, além de representantes do Movimento Atingidos por Barragens, da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) e da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa).
Para transferir as ossadas, é preciso que as famílias dos sepultados façam o reconhecimento dos túmulos e autorizem a remoção. Segundo o procurador José Godoy Bezerra de Souza, a retirada dos restos mortais será feita pelas prefeituras, com o apoio dos próprios familiares das comunidades.
Os restos mortais serão transferidos para os cemitérios das comunidades de Pedro Velho, em Aroreiras, e Cajá, em Itatuba. Na cidade de Aroreiras, a obra do cemitério está em fase de conclusão, já o de Itatuba ainda será construído. De acordo com o MPF, cada um dos novos cemitérios abrigará um memorial com o nome dos mortos cujo reconhecimento pelos familiares não foi possível.
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- Do G1 PB