Os contratos futuros de açúcar atingiram uma máxima de cinco anos em Londres com apostas de que a gasolina cara levará usinas no Brasil e na Índia a converterem mais cana em etanol.
Na região Centro-Sul do país, maior exportador mundial de açúcar, as usinas já favorecem o biocombustível, como de costume no início da safra.
A Índia, importante fornecedora de produtos refinados, já atingiu sua meta de mistura de etanol na gasolina de 10% nesta safra e seguirá em frente com sua meta de dobrar o percentual em três anos.
Embora as perspectivas da produção brasileira permaneçam uma grande incógnita, o programa da Índia “deve acelerar o uso de mais cana-de-açúcar para a produção de combustível”, disse Arnaldo Correa, sócio da Archer Consulting.
Há muita incerteza sobre a proposta de limitar o ICMS sobre combustíveis no Brasil, que poderia tornar a gasolina mais competitiva em relação ao etanol, embora a medida enfrente oposição.
Os contratos futuros de açúcar branco subiram até 3,7% para o maior nível desde 2016 em Londres. Isso elevou seu prêmio sobre o açúcar bruto em Nova York ao maior desde 2011, aumentando as perspectivas de lucro para os processadores.
Em outros mercados agrícolas, o café arábica subiu até 3.5% em meio a sinais persistentes de que as lavouras brasileiras recebem menos chuva do que o normal, o que pode prejudicar o desenvolvimento da próxima safra.
Os preços também são apoiados por sinais de declínio das exportações da Uganda, e a “disponibilidade de curto prazo de origens-chave como Colômbia e Guatemala é praticamente inexistente”, disse Jorge Cuevas, chefe de café da Sustainable Harvest, uma importadora no estado americano de Oregon.