Assim que assumimos a Secretaria de Turismo de Ingá e, entre outros,
conseguimos trazer uma peça teatral representadas por moradores da
Baia da Traição, que na minha modesta opinião, foi uma das representaçôes
ao ar livre mais bela que já assisti, pelos atores, pela vestimenta, pelo local
e pela atuação como um todo.
Lembro bem que na época convidei todos os colegas de Trabalho,
infelizmente não puderam ir, provavelmente foram as compras,
as praias e outras coisitas mais.
Volto as imagens para que quem sabe alguma Secretaria do Município ,
principalmente as de Cultura, Educação e Ação Social e ou mesmo
entidades religiosas, não despertem para atos e fatos como este que
levariam a população da terrinha a prestigiarem, valorizarem e
conhecerem mais de perto seu patrimônio por meio da própria cultura.
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Conheça A Historia do Massacre.
O ataque ao engenho Trucunhaém, também conhecido como tragédia de Trucunhaém ou chacina de Trucunhaém foi um ataque de índios potiguaras
dirigido ao Engenho Trucunhaém, próximo a Goiana, Pernambuco,
ocorrido em 1574. Neste ataque, toda a população colonizadora da
região foi dizimada.
O ataque
O cristão-novo Diogo Dias adquiriu terras próximas a Goiana, no vale
do Rio Tracunhaém, para estabelecer um engenho.
Um aventureiro mameluco chegou à aldeia potiguara Cupaoba do chefe
Iniguaçu. Esta aldeia compreendia as terras hoje correspondentes aos
municípios de Serra da Raiz, Duas Estradas, Lagoa de Dentro e
Sertãozinho, no Brejo Paraibano. O mameluco foi recebido com
hospitalidade, chegando a casar com uma de suas filhas, índia de
grande beleza, Iratembé (Lábios de Mel). O casamento exigia que
o mameluco permanecesse na aldeia. Numa ausência do cacique,
o rapaz resolveu voltar ao seu lugar de origem, levando a índia.
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A primeira providência de Iniguaçu foi enviar dois de seus filhos a Olinda,
em Pernambuco, para reclamar justiça. Por sorte, encontraram em visita
a Pernambuco, o governador do Brasil, Antônio Salema, que ordenou a
volta imediata da bela índia à casa do pai. Na volta tiveram que pernoitar
no Engenho Tracunhaém, de Diogo Dias. Quando amanheceu o dia
verificou-se o desaparecimento da índia, possivelmente escondida
por Diogo Dias. Os seus irmãos reclamaram muito mas nada conseguiram
e voltaram para casa sem a irmã.
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Em pouco tempo, insuflados pelos franceses, os chefes potiguaras
se reuniram para planejar a vingança. Movimentaram dois mil
guerreiros da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Os índios cercaram
o engenho fortificado e usaram de um ardil: apenas alguns índios
se deixaram ver para fazer crer que era ação de um pequeno grupo.
Quando os defensores do engenho saíram para contra-atacar, foram
atacados por uma multidão de índios. Daí, segue-se a morte de todos
os que moravam no engenho (proprietários, colonos e escravos),
sobrevivendo, da família, apenas dois que estavam ausentes.
Outros engenhos de Itamaracá também foram atacados, resultando
em 614 mortes.
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Este episódio generalizou o medo nos colonizadores portugueses da região
e fez com que o rei de Portugal determinasse a apropriação de uma parte
do território da capitania de Itamaracá para que se criasse uma capitania
real, que ia desde a fozdo rio Popocas até a Baía da Traição, a ser
conquistada e desenvolvida às expensas do rei. Assim, protegeria-se
a indústria açucareira, expulsariam-se os franceses e expandiriam-se
os domínios portugueses para os chamados “sertões” do norte da colônia.
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Criava-se, assim, a Capitania Real da Parahyba, que passou a constar
nos mapas portugueses somente a partir de 1574.
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O acirramento das relações entre os índios potiguares e os portugueses
parece ter tomado dimensões reais a partir do fato, o que pode ser
verificado nas tentativas de colonização portuguesa da nova capitania,
quando os nativos travaram sucessivas guerras contra as expedições
portuguesas de conquista, vindo a ser derrotados e submetidos
apenas no final do século XVI, quando já fora estabelecida a
União Ibérica e os espanhóis passaram a dominar a região.