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Blog do Vavá da Luz

A MORTE DE UM POLITICO PODE LEVAR OUTRO A SE ELEGER ? (Carlão Melo)

JÁ VI MUITOS POLÍTICOS DEPOIS DE MORTO ELEGER OUTROS POLÍTICOS. SERÁ QUE VAMOS REVIVER ISSO AQUI NO VALE DO PARAÍBA?
Assim como o tempo é o senhor de tudo, os fatos marcantes passam para a história da política do país, dos estados e dos municípios. Na região polarizada por Itabaiana (PB), temos alguns fatos curiosos que marcaram a política das cidades de Itabaiana e Mogeiro.
Desde os meus 15 anos que acompanho a política de Itabaiana, (cheguei com 4 anos na cidade). José Benedito da Silveira, ou simplesmente Zé Silveira, foi prefeito em Itabaiana de 1955 a 1959 e muito contribuiu para o desenvolvimento do município, bem como, dos seus distritos: Distrito de Paz do Mogeiro e de Salgado de São Félix, por ter investido tanto em obras quanto no combate à pobreza. Sensível que era às causas humanitárias, foi considerado o pai da pobreza.
Em 1962 Zé Silveira elegeu-se prefeito do município de Mogeiro (PB), e na insistência em antecipar a sua posse, ele colocou uma mesa numa sala anexa a uma casa residencial próximo a prefeitura, convocou seus vereadores, improvisou uma seção e empossou-se no cargo. Daí em diante, houve ameaças e descomposturas, culminando na maior tragédia registrada no município que foi o seu assassinato em 07 de novembro de 1962 no centro da cidade de Itabaiana.
Daí em diante Zé Silveira tornou-se um mártir na região e ainda hoje é considerado uma das maiores personalidades do município de Itabaiana e Mogeiro. Usando o seu nome e uma foto sua pregada numa madeira e arrodeada de lâmpadas, o MDB de Itabaiana e Mogeiro usavam este artifício nos comícios nas cidades para sensibilizar o povo. E foi com essa estratégia que o MDB governou o município de Itabaiana por longos 22 anos.
Na cidade de Mogeiro comenta-se que a senhora Margarida Maria Silveira (Dona Didi), que é prima dele, também usou o seu parentesco para conseguir êxito na sua eleição de prefeita no município. Com essa estratégia foram eleitos prefeitos de Itabaiana, (hoje todos já falecidos). Dr. Hugo Saraiva (1963/1965); Dr. Everaldo Pimentel (1965/1969) e Josué Dias de Oliveira (1969/1973). Esse ciclo é quebrado com a vitória do Dr. Santiago (1973/1977) que morre no exercício do mandato. Seu nome e seu legado foi muito usado durante a campanha para eleger (e conseguiu), o também médico Aglair da Silva (1977/1982).
Em 1984 e usando ainda o nome de Zé Silveira, o partido do já PMDB consegue eleger Severino dos Ramos, o popular Galego da Prestação (1984/1988). Que em seguida consegue também eleger o seu sucessor Babá (Sebastião Tavares de Oliveira – 1989/1992). Com o falecimento de Galego em 1992 em plena campanha eleitoral, o seu candidato a vice na sua chapa assume a titularidade, e o nome de Galego é usado como bandeira para eleger Geraldo Fonseca (Geraldinho 1993/1996).
Já na eleição de 2004, o nome do médico e ex-prefeito Aglair da Silva (in memoriam), é cantado em versos e prozas para ajudar na eleição da sua esposa Eurídice Moreira da Silva (Dona Dida – 2005/2008 e 2009/2012). Dona Dida já havia conseguido se eleger, mas teve o seu diploma casado pela Justiça Eleitoral em 1982.
Será que nas eleições de 2020 esses fatos vão se repetir? Vão usar o nome e o legado de um ex-prefeito (a) para eleger os próximos prefeitos (a) das cidades de Itabaiana e Ingá? Pois na cidade do Ingá, teremos a candidatura de Leidinha que é sogra do filho do ex-prefeito Manoel da Lenha (in memoriam) e já havia sido lançada pelo mesmo para o cargo de prefeita, antes do seu falecimento agora em agosto.
Já na cidade de Itabaiana (PB) o atual vice-prefeito José Sinval (PROS), é filho do ex-prefeito Aglair da Silva (in memoriam) e da ex-prefeita Dona Dida, que era chamada pelos mais carentes de “Mãe Dida”. Ela nos deixou agora no mês de julho 2020. O seu filho Sinval já se encontra em plena campanha pela cidade, conversando com lideranças, pré-candidatos a vereadores e participando de Lives e programas de Rádio na cidade.
Muitos políticos que se espelham no exemplo de Zé Silveira, ainda usam uma frase muito comum que ele dizia. “Com os humildes construirei a grandeza de nossa terra”.
Somente o decorrer da pré-campanha e campanha, e após o resultado do pleito de 2020, vai dizer se um político morto pode dá a vitória a um outro político. E aí, podemos aplicar o velho ditado. “Morre um pra dá a vida a outro”.
Carlão Mélo