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Blog do Vavá da Luz

INGÁ A JÓIA DA PARAÍBA – LA BANCA E O PRIMEIRO ROTEIRO TURISCO DO INGÁ (O Ingaense)

INGÁ A JÓIA DA PARAÍBA – LA BANCA E O PRIMEIRO ROTEIRO TURISCO DO INGÁ

            Ingá é um daqueles lugares que agente chega, vai ficando de mansinho e acaba gostando tanto  que não pensa mais em sair de lá.  A sensação que temos quando nos encontramos em Ingá é que, assim como as Itacoatiaras a história da cidade, ainda parece envolta em muito não dito, em pouco escrito em uma imensidade não lembrada. Por ter editado o ultimo livro lançado por escritores ingaenses, no qual a temática central tratava da história do Ingá, naquele momento pude ter acesso a parte do acervo da história do povo ingaense.

            A partir daquele momento passei a me interessar mais e pesquisar sobre a cidade. Nessa pesquisa, entre o material encontrado sobre Ingá, identifiquei uma matéria jornalística, publicada no Jornal paraibano A União de 1981, e cujo o Titulo era : INGÁ A JÓIA DA PARAÍBA.

Foto do pesquisador La Banca e o prefeito José Claudino da Silva no arquivo municipal no ano de 1978

Fonte: Alexandre Ferreira

 

            O que me chamou a atenção desta matéria é que se tratava da publicação do primeiro ROTEIRO TURISTICO DO INGÁ, pesquisado e escrito por Reynaldo Jônatas La Banca, como podemos ler na integra abaixo:

Fonte: Jornal A União, 1981.

 

“INGÁ A JÓIA DA PARAÍBA – 1981

 Pesquisado por Reynaldo Jônatas La Banca

SEUS NOMES E ORIGENS: INGA -de origem indígena. significa “CHEIO D’AGUA”. Outros atribuem sua origem ter sido de um ponto de descanso, sob as protetoras sombras dos Ingazeiros outrora existentes à margem do rio “Cairaré”, onde os tropeiros e viajores repousavam para atingir a Capital do Estado ou o sertão da Borborema.

SUA HISTÓRIA:

O primeiro aglomerado de gente no Município foi a antiga povoação do Bacamarte, que ainda hoje conserva esse nome e onde por muitos anos houve um incipiente convento de beatas junto à Igreja de Sant’Ana. construída em 1780. Por muito tempo o rio Ingá que banha dita povoação, tomou the o nome rio Bacamarte.

No Município de Ingá existiam, mui remotamente, tribos indígenas aldeadas na serra do Gentio, Mata do Gentio, Serra Verde e Serra Velha, onde em cavernas, diz se, há vestígios de ossadas de Índios

SEU POVOAMENTO:

E quase certeza que os primeiros povoadores do município de Ingá foram gente de Teodósio de Oliveira Ledo, o fundador de Campina Grande. Cabaceiras para Fagundes e daí para Pilar. Devendo as primeiras entradas efetivas terem tido lugar na segunda metade do século XVIII.

 POVOAMENTO E SUAS RAÇAS 

Não há notícias de estabelecimentos de elementos estrangeiros em terras de Ingá, a não ser de pretos importados da África para o trabalho das fazendas de gado e de agricultura. Consta que um Melo Azedo tronco das atuais famílias Cabral de Melo e Cabral de Vasconcelos, chegou a possuir 200 negros. Grandes foram igualmente as Senzalas dos Travassos e Trigueiros Castelo Branco.

Manoel da Costa Travassos erigia uma Capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município, e, em torno do templo, desenvolveu o povoado que floresceu e passou a vila, com o nome de Vila do Imperador, pela provincial nº 6, de 3 de dezembro de 1840.

SUA FORMAÇÃO POLITICA

Suprimido O Termo Judiciário da Vila do Imperador em 1900, foi restaurado em 1904. Em 1923, a 30 de outubro, foi elevado o Termo a categoria de comarca, a qual foi instalada em 15 de janeiro de 1924, sendo o primeiro Juiz de Direito o sr. Climaco Xavier da Cunha e o primeiro promotor publico o dr. José de Farias. Exerceram os cargos até a supressão da comarca, em 1929. Foi novamente criada a comarca do Ingá pelo decreto Lei nº 39 de 10 de abril de 1940 e instalada no dia 7 de agosto do mesmo ano, pelo respectivo juiz de direito dr. Jurandir Guedes Miranda de Azevedo, tendo como promotor o dr. Benjamim Trigueiro Lins (adjunto).

ASPECTOS FISICOS E GEOGRAFICOS

ACIDENTES GEOGRAFICOS:

Grande parte do Município situa se nos contrafeitos da Borborema, e são suas serras de maior destaque: a do Gentio, Pontes, Verde, Velha e Zabelê.

ALTITUDE: A altitude da sede Municipal é de 144 metros acima do nível do Mar.

AREA TERRITORIAL – área territorial do Município é de 345 km2. e se encontra no 41 lugar em relação às áreas dos municípios paraibanos. 

CLIMA: O clima do município é seco e quente.

COORDENADAS GEOGRAFICAS: Latitude Sul 7º17’26″ Longitude W. Gr. 36

36’31”

HIDROGRAFIA – Os rios que nascem ou cruzam o Município são:

Gurinhém, Paraibinha. Surrão, Cachoeira, Convento, Rio Grande, Bacamarte ou Ingá.

LIMITES:

O município Ingá limita-se com os seguintes municípios: ao Norte: com o município de Juarez Távora: ao Sul: Com o município de Itatuba: a Oeste: com município de Campina Grande es Leste: com município de Mogeiro

LOCALIZAÇÃO

Localiza-se na zona fisiográfica da Caatinga Paraibana na Microrregião de n° 92 denominada “PIEMONTE DA BORBOREMA”.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO:  A Prefeitura Municipal possui uma Seção da “DENTEL,” Departamento Nacional De Telecomunicação sendo sua frequencia de 6783 KHZ.

COMPANHIA DE TELECOMUNICAÇÃO DA PARAIBA S/A.

“TELPA”, possui 22 aparelhos em funcionamento, colocando INGÁ em contato com o BRASIL, via Embratel e com o mundo via satélite.

SERVIÇOS DE AUTOFALANTES – Três serviços de Autofalantes possui a cidade sendo dois da Prefeitura e um particular.

POPULACAO: (Censo de 1970) – 29.690 habitantes.

RIQUEZAS MINERAIS: As jazidas de pedra granítica merecem destaque, muito embora existe em quase todo município argila para fabricação de tijolos, telhas e louças de barro, e ferro na Serra Velha.

TRANSPORTES: A cidade é servida pelas seguintes linhas de ônibus: COMETA Faz comunicação com o vizinho munícipio de Itatuba e com a Capital do Estado duas vezes ao dia; PROGRESSO: Faz comunicação com Campina Grande PB e com a capital pernambucana RECIFE, duas vezes ao dia.

REALEZA: Faz comunicação com Itabaiana PB, Itatuba e Campina Grande em diverse horários diários.

TRANSPORTE NOTURNO ESCOLAR: A prefeitura tem ônibus para Campina Grande e Rural de Riachão para a sede Municipal, de Cachoeira do Barbosa para Juarez Távora.

PODER EXECUTIVO

Prefeito: José Claudino da Silva: Vice-Prefeito: Honório Félix de Oliveira; Secretário: Paulo Candido da Silva: Tesoureiro: Djalma Paiva; Secretário de Obras Públicas: Edson Morais de Lima; Secretário de Educação e Cultura: Carlos Herriot Fernandes da Silva e Manoel Valeriano de Oliveira: Assessoria de Planejamento: Jacira da Luz Garcia; Assessoria Jurídica: dr. Levi Borges Lima. 

PODER LEGISLATIVO 

Presidente Manoel Amaral de Vasconcelos; Vice-Presidente João Cabral Sobrinho: 1º Secretário Antonio Martins Lima: 2º Secretário

Antonio Silvino de Moura: Vereadores: Francisco Feliz de Oliveira. Edraldo da Silva e Arnó Dionizio de Mendonça.

PODER JUDICIÁRIO Juiz de Direito: dr. Walene de Figueiredo Aranha: Promotor Público: dr. Hélio Alves Soares.

CARTÓRIOS:

PRIMEIRO OFICIO – Registro de Títulos, Documentos, Geral de Imóveis e Pessoas Jurídicas Escrivã: Maria Ivonete Garcia Araújo – Rua Presidente Getúlio Vargas. SEGUNDO OFICIO Crime, Juri, Civil e Protestos de Letras Escrivão: José Olavo de Macedo.

CARTORIO ELEITORAL – 0 Cartório Eleitoral é administrado pelos dois Cartórios, fazendo giro de dois em dois anos.

INGA- TURISTICO

PETROGRIFOS

UMA PEDRA DE MUITOS MISTERIOS

O Muito já foi dito e ouvido a respeito das Pedras de Ingá. assunto, intrigante em proporção direta ao mistério que envolve as mundialmente famosas ITACOATIARAS ou PETRO- GRIFOS, vêm merecendo, ao longo do tempo, as atenções e os tratamentos de bufões e peritos em arqueologia.

A expedição de 1960, a cargo do Centro de Informações Arqueológicas do Rio de Janeiro, foi apenas uma entre muitas. Na época, os pesquisadores tiveram barracas instaladas pelo 1.0 Grupamento de Engenharia, Dez anos passavam-se e chegava a Ingá outro grupo de arqueólogos, entre os quais o professor Cyrus Hertz Gordon, para quem as inscrições deixaram de ser um mistério. Palavra por palavra, sua versão dos petróglifos é de um relato impressionante. O trabalho de Cyrus Hertz Gordon teve cobertura da Televisão e, ao fim de tudo, jornais do sul do país, contavam a espantosa história, escrita por alguém há, presumivelmente 4.134 anos AC.

A TRADUÇÃO

Diz o relato: “Somos filhos de Canaã, de Sidon a cidade de Rei. O Comercio nos trouxe a esta distante praia, uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados, no ano XIX de Hiran, nosso poderoso Rei.

Embarcamos em Ezion-Geber no Mar Vermelho, viajamos com 10 navios. Permanecemos no Mar juntos por dois anos, em volta da terra pertencentes a Ham (Africa), mas fomos separados por uma tempestade e nos afastamos de nossos companheiros e, assim,aportamos aqui, 12 homens e três mulheres, numa nova praia que cu, o almirante, controlo. Mas, aus- piciosamente, possam os exalta- dos DEUSES E DEUSAS INTERCEDERAM EM NOSSO FAVOR”.

O DESCOBRIMENTO

Para alguns estudiosos, o descobrimento das Itacoatiaras ou Petrogrifos deve-se ao terceiro governador da Paraíba, Feliciano Coelho de Carvalho.

Em 1599, ele subiu o Paraíba até seu afluente noroeste, descobrindo o monumento arqueológico. 

TRAVEL IN BRAZIL, um livro editado em 1816, pelo britânico Henry Koster, tece comentários sobre a pedra do Ingá. Outro escritor, Gustavo Barroso, em um livro escrito em 1820 sobre a Atlântida, assegura que as Itacoatiaras (como as pedras eram chamadas pelos índios). foram achadas por um padre. Estas são algumas das muitas histórias sobre uma pedra de muitas lendas.

ROTEIROS PARA AS PEDRAS LAVRADAS

Seguindo-se pela Rodovia de Itabaiana, a 3 km desta cidade, está uma placa indicando o rumo a tomar, com mais 2 km chega-se ao mais importante Monumento Arqueológico do Brasil.

PEDRAS DA LAGE

NO LEITO DO RIO SURRÃO numa laje de aproximadamente 25 x 25 metros, se encontra alguma cousa gravada nas pedras: uma LUA um SOL Umas pegadas de animal pré-histórico, uma coroa e muitos outros sinais bem noto- rios que não provém da eroção d’água.

ROTEIRO PARA AS PEDRAS DA LAJE

Segue-se pela Rodovia que liga Ingá a Itatuba, e a 5 km bem no topo da ladeira do Tambor, entra-se numa porteira à direita, mais um km chega se à sede da Fazenda do senhor Zé Augusto, daí em diante o percurso tem que ser a pé, por uma íngreme vereda, desce se. Ao chegar embaixo no vale da Serra Velha e o Morro do Gentil, entra-se numa porteira do lado esquerdo e a uns duzentos metros o lajeiro com as já comentadas gravações, ainda não a analisadas por cientistas arqueólogos.

SERRA VELHA

Aproximadamente 6 km. para chegar à margem do rio Surrão, dali a pé chega se a SERRA VELHA.

SUAS ATRAÇÕES TURISTICAS

Pedra da Janela, fica no lado de Itatuba, pois a Serra é o marco limítrofe dos dois municípios, é uma enorme pedra com uma cavidade que se assemelha a uma enorme Janela – Pedra do Gavião é outra enorme pedra, tendo a seu lado a Gruta da Pedra Redonda. Dizem que na época do Cangaço, Antonio Silvino com sua capangagem nela residia.

PEDRA DO CONVENTO

Na outra extremidade da Serra. sobe-se por uma vereda e chega- se ao cume da serra, là no alto têm diversos moradores, e a Pe- dra do Convento é a de maior tamanho da Serra Velha e é um desafio aos amantes do espor te de alpinismo. Dizem que há anos passados a Pedra com seus encantos e mistérios, empresta- va talheres para as festas do povo que la residia. (Lendas e crendices).

PEDRA DA TORRE

É outra pedra de um porte enorme, que a natureza colocou em cima de pequenas pedras e possui umas inscrições (Petrógrifos) idênticos aos da Itacoatiaras do Ingá.

Situa-se bem no limite de Ingá com Campina Grande, à margem da direita da BR 230 Rod. Eng. Euclides da Cunha Transamazónia”.

ARTESANATOS

Ingá tem a honra de possuir a maior produção de Labirinto (conhecido nas mais importantes boutiques como “CRIVO”), no distrito de Pontina e Vila de Chã dos Pereira. Todos os moradores são especialistas nesse tipo de artesanato.

COMARCA DO INGÁ

A Comarca de Ingá foi criada em 30 de outubro de 1923 e instalada em 15 de janeiro de 1924, tendo sido o primeiro Juiz de Direito, o dr. Climaco Xavier da Cunha.

Atualmente, a Comarca de Ingá é composta, jurisdicionalmente, de três municípios: Ingá (município-sede), Itatuba e Serra Redonda e de dois distritos: Riachão e Pontina. Compreende a 8ª Zona Eleitoral do Estado da Paraíba, com 12.459 eleitores, distribuídos em 44 seções eleitorais, sendo 22 no município- sede, 12 em Itatuba e 10 em Serra Redonda.

A Comarca de Ingá, apesar de ser de primeira entrância, tem um movimento forense regular. Anualmente, são distribuídos cerca de 150 processos (cíveis e criminais). afora as Cartas Precatórias.

Mensalmente são celebra- dos cerca de 20 casamentos civis e são registradas, em média, 30 crianças.

Há no município-sede da Comarca, o Cartório do 1.0 Ofício, cujo Oficial é encarregado do Registro de Títulos e Documentos, Registro Geral de Imóveis e Pessoas Jurídicas e, por distribuição, dos feitos criminais e cíveis; o Cartório do 2º Offcio, cuja Oficial é responsável pelos protestos de Letras e dos processos da competência do Tribunal do Juri, além de outros cíveis e criminais, por distribuição. Há, ainda, Cartório de Distribuição, Cartório do Registro Civil (Nascimentos, Casamentos o Óbitos) e o Cartório Eleitoral. A Comarca de Ingá tem como atual Juiz de Direito, o Dr. Wallone de Figueiredo Aranha, nomeado no dia 02 de setembro de 1975 e o órgão do Ministério Público é exercido pelo dr. Hélio Alves Soares, nomeado em julho do ano em curso.

BIBLIOGRAFIA:

IBGE- Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba – Boletim da CTS (Centro de Informações Arqueológicas do Rio) – Arquivo Municipal do Ingá”

 

Fonte: Jornal A União; 1981