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VALE A PENA LER DE NOVO : Academia de Cordel se manfesta em versos sobre Brumadinho

POETAS DA ACADEMIA DE CORDEL DO VALE DO PARAIBA SE MANIFESTAM EM VERSOS SOBRE BRUMADINHO

Como aconteceu em 2015 quando uma Paulista disse o seguinte “Nordestino não é gente. Faça um favor a São Paulo, mate um nordestino afogado”.  e os poetas da Academia de Cordel do Vale o Paraiba responderam em versos, conforme postado no Blog do Vava da Luz, agora os poetas sob a batuta do seu Presidente o acadêmico Poeta Marconi Araujo, se manisfestam a respeito de Brumadinhos com o mote ” Foi a Vale que errou por descuidar , Devastou Mariana e Brumadinho!” conforme se segue :

 

Marconi Araújo Poeta: CORDEL COLETIVO:

Mote:
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!
(Autor: Poeta Marconi Araújo)

(I)
Se a ganância abraçou a ignorância
Se o perfil do poder é tolerante
Prosperou o mal feito inquietante
Feito praga perversa nesta instância
Lamaçal de defeitos, petulância
Aflição e tristeza no caminho
Há um povo sofrido em desalinho
Certamente a chorar e protestar
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Marconi Araújo
Campina Grande (PB)

(II)
Deputados lobistas facilitam
Nas bancadas covis de malfeitores
No congresso só troca de favores
Interesses escusos priorizam
O que jamais deviam, autorizam
Construir com recurso tão mesquinho
O que o mar de rejeitos fez sozinho
Por pensarem nos lucros aumentar
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Cleber Duarte
Umarizal (RN)

(III)
Um sabor amargo e deprimente
Nada doce! Não há nem gustação
Vê que empresa não mede a proporção
Provocando tragédia recorrente
Não importa se há morte de gente
De peixes, animais no caminho
A Vale fez um redemoinho
Deixando barragem estourar
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poetisa Cristine Nobre Leite
Guarabira (PB)

(IV)
A tragédia num palco de terror,
Bem atrás já foi tão anunciada
Mariana, de novo, desenhada
Num cenário de drama e horror.
A ganância do algoz, do malfeitor
Trouxe um “vale” lotado de espinho…
Pela trama de plano bem mesquinho,
Que obrigou muita boca a se calar.
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Luciano Melo
Natal (RN)

(V)
A ganância não por desenvolvimento
Dessa gente que só bate o coração
Não tem alma nem tão pouca emoção
Sem amor, sem fervor, sem sentimento
Faz da vida do outro sofrimento
Por poder, por dinheiro tem carinho
Essa lama que se atolam no caminho
Com o divino lá na frente vão pagar
Foi a vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Cabal Abrantes
João Pessoa (PB)

(VI)
Falhas acontecem por imprudência
Tragédias assim não é mero acidente
Quando se repetem fica evidente
Ocorreu de novo por ingerência
Só DEUS pra ter desse povo clemência
Sanar esse VALE de lama e espinho 
Urge orar, dar forças, fé e carinho
Com Leis humana e divina contar 
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta JOMANSAN
João Manoel Dos Santos
Juazeirinho (PB)

(VII)
A Vale deixou um doce rio
Amargar-se na lama envenenada
Se a vida equivale a quase nada
A morte enriquece o senhorio.
O vale de flores, fez-se frio
Virou vala pro povo ribeirinho
No lugar que havia um caminho
Só restou valentia pra lutar.
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Cléber Eduão
São Gabriel/Ibotirama (BA)

(VIII)
Eu já sei onde está o responsável
Da tragédia repetida nas Gerais
Privatizadas a baixo custo as estatais
Estão nas mãos de um povo abominável
Que protegido por uma corja miserável
De políticos sem amor e sem carinho
Faz lobby defendo seu padrinho
Por isso eu temo nesse verão de falar
Foi a Vale que errou em descuidar
Devastando Mariana e Brumadinho!

Poeta Nildo Cordel

(IX)
Quando Deus fez o mundo e a sorrir
Disse ele uma frase mesmo assim:
Para um dia poderes vir a mim
Amarás ao teu próximo como a ti
Deu-lhe ainda o poder de discernir
Todo bem, todo mal do seu caminho
Mas o homem tornou-se vil, mesquinho
Esquecendo o sinônimo de amar
Foi o vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Vavá da Luz
Ingá (PB)

(X)
Mariana sofreu amargamente
Brumadinho tristonha soluçou
Mariana não se recuperou
Brumadinho sentiu por sua gente
Mariana até hoje ainda sente
A tragédia furando igual espinho
Na floresta até mesmo o passarinho
Hoje vive sem casa pra morar.
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Izaías Moura
Custódia (PE)

(XI)
A resposta da nossa natureza
Pra que o homem comece a respeitar
E a vida venha valorizar
Não querendo trocá-la por riqueza
E depois não assume a dispeza
Economizam pra andarem de jatinho
Destruíram ali diversos ninho
E agora quem vai recuperar?
Foi a vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Valdo Maia
Apodi (RN)

(XII)
O Supremo não viu, nem ouviu choro
Congressistas morderam seu quinhão
Nome disso, pra mim, é corrupção
Num país de justiça sem decoro
Seletiva, nos moldes Sérgio Moro
Ficou fácil pra Vale fazer ninho
Em Brasília e não ter qualquer espinho
Para impune seus crimes praticar
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Natal Barros Castro
Aparecida de Goiânia (GO)

(XIII)
As cidades de Brumadinho e Mariana
Palcos de grandes desastres ambientais
Que mina muita mina nas Minas Gerais
Onde pra VALE só vale quem tem grana
Diz que fiscaliza, não fiscaliza e nos engana
Num gesto rude, covarde e mesquinho
No congresso o lobby é arrumadinho
E tudo que VALE quer faz aprovar
Foi a VALE que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho.

Poeta Esdras Batista Gomes
Sousa (PB)

(XIV)
Quanta gente foi pega de surpresa
No entorno daquele Restaurante
Quando os atos da usurpação cegante
Provocou a reação da natureza
A vingança lançada da represa
Deixou lastros de horror pelo caminho
Culpa de um cartel do colarinho
Que em seu bem tudo “vale” até matar
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Isac de Melo
Rio Branco (AC)

(XV)
Neste mundo de meu Deus
Que é mundo de provação
Com tanta corrupção
Sofre o meu e os filhos teus
Sofre devotos e ateus
Quem recebe e dá carinho
Com muita lama no caminho
Essa conta quem vai pagar
Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poeta Bento Júnior (PB)
João Pessoa (PB)

(XVI)
Me pergunto o que há com a humanidade
Que hoje vende a alma por dinheiro
E nem pesa a cabeça ao travesseiro
De um homem após tal atrocidade
Deslumbrado em mentira e vaidade
Assassino da vida em seu caminho
É na lama que irá afundar sozinho
Pois a justiça não pode se calar

Foi a Vale que errou por descuidar
Devastou Mariana e Brumadinho!

Poetisa Renaly Oliveira
Itabaiana (PB)

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