Pular para o conteúdo

OS TEMPOS DE ONTEM E OS DE HOJE (Prof. Marcos Bacalháo)

marcos baclhao

            “Se você não brincar com avida, a vida brigará com você”.

                                                                                  (Augusto Cury)

 

            Saudades de meus tempos de outrora. Havia tanta coisa que hoje não se vê. Sei, que hoje represento, um cara que está distante da moda. Um fora de hora, mas, tudo observo, e vejo.

Gosto da evolução e da melhora de vida. Mas, em questões de relacionamento, quero mesmo é entender todo esse progresso.

 

            Hoje, tem tantas coisas novas, tão diferentes, que por vezes penso se na verdade, tudo isso não seja é um grande retrocesso. Todo mundo fica com todo mundo, parecendo uma disputa, uma eterna luta livre, quem com mais já ficou ou quem com mais fica. A liberdade obtida com isso se torna tão nociva, que confusão danada às vezes em uma mesma festa tantos e tantos se beijão que no fim com gosto de fel o beijo fica.

 

            O amor, será que é mesmo esse sentimento? Porque para mim parece que é seu inverso. Cadê aqueles doces momentos de enlevo? Onde estão aqueles instantes de  encanto? Naquela época a paquera corria solta, mas era tão diferente: um flerte inocente. O flerte era uma olhada, uma piscada de olho, um sorriso. E tinha namoro que era todo insinuante.

 

            Às vezes tudo começava com um correio elegante, um bilhetinho com um simples e belo recadinho. As moças, muito lindas e faceiras, os moços, elegantes e todos galanteadores, como o amigo Vavá da Luz na época, que para suas  musas inspiradoras declarava poesias e nas noites enluaradas o romantismo nascia. Naquela época, o  amor era um  nobre sentimento, a vida encantava, crescia e florescia.

 

            Hoje. Há hoje, é muito diferente. Adolescentes que mal começam sua existência, a um simples olhar, já se apaixonou perdidamente ou nem isso. E o que impera mesmo, é a exaltação suprema do desejo físico, onde vão ficando, ficando  e ficando. E ainda fazem questão de gritar ao mundo, que isso é tudo o que importa mesmo. É ter prazer e aproveitar cada momento. Ficar por ficar sem nenhum sentido. E se tudo der  certo pode até virar namoro, ou então pode durar apenas um momento.

 

            A tristeza que sinto, é que na maioria das vezes, dura só um segundo. Pior é que hoje é o que mais vemos. São justamente aqueles que tanto aproveitaram e ficaram, até que um dia, só a solidão encontrarão.

 

                                                                       Ingá, agosto de 2014