EM VALE A PENA LER DE NOVO : Poesia de Vavá da Luz quando dos 176 ano de Ingá
FALANDO DE INGA (por vavadaluz)
Com licença dos amigos
eu vou falar de ingá
mas não do ingá de agora
ingá do tempo de outrora
que nunca mais vai vortá
–
O ingá dos coronéis
de quem pode e quem não pode
donde ao invés de usar cheque
se mandava era um moleque
com o cabelo do bigode
–
Inga de homens ilustres
que passaram por aqui
teve inte um dito cujo
Severino de Araujo
tocador de entupir
não deixando de lembrar
O Capitão Amará
e Gonzaga Buriti
–
inga donde a vista alcança
de serra é arrodeado
abençoa o sol com brilho
os pés de feijão e milho
porque só tinha roçado
–
hoje tudo é descampado
o homem esse triste rato
derrubou queimando o mato
pra fazer pasto pro gado.
–
O inga do zabelê
que é fora da cidade
onde um dia eu paguei pra vê
a rapariga nenê
tirar minha virgindade
–
Inga de zé de totô
de zé luis, o bandido
que mesmo morto, estendido
dum cabra ainda apanhou
E num idos que se foi
O velho carro de boi
Fazia as vez do trator
–
Inga dos titos, correias
dos cancão dos avelinos
dos pequenos, dos meninos
dos bezerras e dos abeia
dos tambor,cabral, bilu
dos camilo, paiva,dias
dos trigueiros dos farias
dos rodrigues e dos do sul
dos rosendo dos carneiros
dos lucas dos marianos
dos borges, teles , da luz
araujo, lima, cruz
morais silvino e ribeiro
martins, cardoso, dos pintos
dos nunes , candidos e gonçalves
dos félix andrade e felinto
dos ataides e dos alves
Verissimo, pereira e góis
silva,oliveira, amaral
valeriano e queiroz
dos targino e bacalhau
E tem as sua resenha
Os Batistas, chave ou Lenha
–
Ingá que as eleições
Era bonito se Vê
Numa luta da Gangrena
Os eleitores da ARENA
Brigar com o PSD
–
Hoje tudo ta mudado
Os irmãos perderam o rito
E quando chega as eleições
Só vemos é beliscões
De Araras com Periquitos
–
Inga de antigos prefeitos
que aqui cumpriram seus anos
Chico de doutor, Neneco
Djalma, se não me engano
Zé Grande, Honorio Félix
e Tiburcio Valeriano
–
Inga do velho cruzeiro
que numa visão bem rara
olha o rio sobranceiro
deslizar, firme, altaneiro
rumo as itacoatiaras
–
pedras estas no Ingá
que até hoje a ciencia
com estudo e paciencia
não conseguiu decifrar
–
E essas inscrições rupestres
De entalhe tão profundo
Que ninguém sabe explicar
Fez com que o nosso Inga
Fosse conhecido no mundo
–
hoje o Inga mudou muito
mudou e isso faz parte
pra começar sua sorte
veio um cabra firme e forte
tirou o seu BACAMARTE
–
Aí ficou só Inga
ficou Inga tão somente
Os filhos foi se afastando
e os forasteiro chegando
pra tomar conta da gente
–
Como tudo que vai, volta
Diz um ditado do povo
Os intrusos foram embora
Botamos todos pra fora
E tomamos a rédeas de novo
Hoje o mandatário é nosso
Os secretários também
Então, depende da gente
Pra nosso Inga ir pra frente
Sem depender de ninguém
–
E com fé em nosso Deus
E trabalhando correto
Gritaremos com firmeza
Na mais certa das certeza
Que isso vai dar tudo certo
–
E hoje três de novembro
De dois mil e dezesseis
Comemoramos com gloria
Fazer parte da historia
Dos cento e setenta e seis
vavadaluz