Uma flor chamada Poesia
Eu vi a corola abrir a porta
E dobrar o caule.
Sentou-se à minha frente
Com as sépalas sobre a mesa
Como se fosse uma princesa.
Puxou um balde de água
Para molhar a raiz dos sonhos.
Abanou uma abelha para longe
E começou a estremecer
Como se estivesse a escrever.
Sou uma flor sem nome
Não venho no dicionário
Não há retrato meu pelos jardins
Mas estou aqui real e concreta
Qual é o meu nome, ó poeta?
E não é que uma borboleta
Lhe sai de dentro da cor
Para desenhar a pólen
O nome que ela queria?
Como é bom uma flor chamar-se
Poesia!