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Viva 2023! (Marcos Pires)

 

 

 

Ufa! Até que enfim ultrapassamos os piores anos de nossas vidas. Tudo começou em 2020 quando fomos atacados pelo Covid. Quem iria imaginar que o fato de um chinês no outro lado do mundo comer um morcego mudaria nosso modo de viver, hem? Já imaginaram se um paraibano comendo um preá em Catingueira tivesse sido a causa daquela pandemia que graças a Deus superamos no início do ano passado? Ora, se suspeitaram que a China havia inventado o vírus covid só para depois vender a vacina coronavac, seria bem possível que na eventualidade da doença ter-se originado na Paraíba fossemos acusados de termos inventado o vírus preárium só para depois vendermos vacinas à base de água Rabelo no seu tratamento. Zulivre!
Além da pandemia, aqui no Brasil ainda sofremos com as eleições que assistimos no ano passado, 2022. Ao invés de proposições durante a campanha eleitoral o que se viu foi uma avalanche de acusações de todas as partes, todos dizendo-se os heróis do combate à pandemia e acusando seus opositores de incompetência no trato daquele cataclisma. O mais engraçado foi ver quantos pais pode ter uma mesma filha, no caso a vacina. Porém também superamos as eleições e hoje temos mais do mesmo; aumentou o percentual de abstenções, votos brancos e nulos. E de pouco adiantou o empenho dos que bradaram pelo Presidente que elegeram. Mais uma vez os eleitores fizeram voltar ao Congresso a quase totalidade dos mesmos “vocês sabem o que” para manipular Sua Excelência.
O mundo ficou mais japonês na medida em que o povo assumiu costumes só vistos naquele povo. Higiene principalmente. Muita gente continua usando máscaras quando está no meio da multidão, tiram os sapatos ao entrar em casa, mas é nas relações pessoais e no trabalho que melhor evoluímos.
Definitivamente o home office venceu. Seria inimaginável antes da pandemia resolvermos tanta bronca bancária só nos caixas eletrônicos. Era muito comum irmos aos bancos esperar o atendimento presencial. O ruim é que os bancos aproveitaram para demitir muita gente. De outro lado, ninguém acreditaria se dissessem até o início de 2020 que um dia os Advogados, Magistrados e membros do  Ministério Público iriam poder participar das sessões dos Tribunais de bermudas ou até de cuecas. Há uma certa ironia no fato; pode-se pensar que a Justiça começou a se desnudar. O mais importante, entretanto, seria arrancar a venda dos olhos e começar a tratar desigualmente os desiguais.