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Blog do Vavá da Luz

UMA MODA QUE VEM DE LONGE (MARCOS SOUTO MAIOR)

 MARCOS

                O hábito é sempre uma mania aberta às pessoas, sem força de manter o sentido prático em curto prazo e, assim de cunho pessoal. Sim, porque a sociologia estabelece outra etapa parecida, que vem a ser o costume, onde impõe tratamento generalizado de um povo. Melhor dizendo, o hábito é particular e o costume de âmbito coletivo e aberto.  Pois bem, há muitos anos que os Estados Unidos das Américas levam aos ares notícias pelos meios jornalísticos deixando um rastro de sangue inocente daquela importante nação!

                Reporto-me aos contundentes massacres, em aglomerados de todo tipo, sem que tivesse uma simples justificativa para os crimes projetados. O inesquecível massacre de Columbine, ocorrido em 20 de abril de 1999, no Condado de Jefferson, Colorado, quando Eric Harris e Dylan Klebold decidiram comprar uma pistola semi-automática, um rifle de 9mm e duas caçadeiras que possibilitaram armar 30 bombas dentro do colégio. Resultando em 15 vítimas assassinadas, inclusive os dois assassinos, e outras 25 feridoas. Já na escola primária Sandy Hook, cidade de Newtown, Estado de Connecticut, foi além: 27 mortos, dentre os quais o atirador de 20 anos que atirara matando também a sua mãe e professora da escola. No âmbito superior, na Universidade Tech, em 2007, o balanço foi de 33 mortos numa academia de 600 alunos. E, para não ficar nos locais estudantis, o Templo SIKH, da cidade de Oak Creek, em Wisconsim, um homem invadiu o culto religioso e matou 06 fiéis.

                Imaginei que minha pequenina cidade de João Pessoa, Paraíba, nunca poderia exportar ao mundo, na imitação podre importada pelos poderosos EUA, com tamanha e igual brutalidade, mas, tombou no palco da ‘Escola Municipal de Ensino Fundamental Violeta Formiga’, apresentando cenário tomado por três tiros de revólver para atingir a bela e determinada aluna Maria Beatriz Souza Santana, de apenas 14 anos de idade. E foi, justamente, na ironia do nome da escola que homenageia um ente feminino, poetisa, psicóloga e símbolo da mulher paraibana destemida, Violeta de Lourdes Gonçalves Formiga, que continua lembrada na luta diária da mulher pelo direito de ser livre ao vento, corajosa como símbolo imutável! Três disparos traiçoeiros e covardes foram detonados contra Bia, que deve ter sentido verdadeiro flagelo premeditado.

                Nosso pobre estado já é uma gozação nacional na insegurança comprometida e meramente promocional e, enquanto se devia direcionar para a modernidade, eis que as Patrulhas Escolares Solidárias se encolheram para o nada, sem viaturas, policiais militares e negando a defesa dos estudantes, seus professores e familiares, desde o ano de 2013. Foi preciso que um jovem violento, com uma arma cheia de balas na cintura, dinheiro dado não se sabe por quem, que, abandonado por sua namorada, agiu como um covarde molambo humano que se arrastará até seus finais dias na miséria.

                Com certeza, Ana Beatriz fora precocemente ao encontro de Violeta Formiga, fortalecendo, nos céus, as luzes que focam a omissão pública de socorro às mulheres desarmadas e que não se curvam aos caprichos da maldade, seja pela beleza, pela inteligência ou pela vontade de viver! 

(*) Advogado e desembargador aposentado