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Blog do Vavá da Luz

TRÂNSITO LOUCO II (MARCOS SOUTO MAIOR (*)

 

           MARCOS     A movimentação do trânsito da cidade de São Paulo, por exemplo, a gente claramente ver pelas televisões, demonstrando ser a mais congestionada do país, até porque, é a maior da América Latina! Na pequenina capital paraibana, há muito tempo mesmo que os prefeitos, não se preocupavam nada a aplaudir incursões sobre de como chegar a melhorar o percurso dos motoristas de veículos, de todas classes. Me lembro bem, numa viagem que fiz a Nova York, sendo a maior população da cidade dos Estados Unidos e, achei muito engraçado, quando os motoristas particulares ou taxistas, buzinavam com toda força, numa noite aprazível para compras, restaurantes, passeios e shows. Lá pela volta da meia noite para frente, beirando à madrugada, o barulho era completado, sem a prefeitura nova-iorquina cogitar ordenando abrir os compressores e britadeiras para furar os asfaltos de ruas e esquinas da famosa Time Square, também conhecida pela “encruzilhada do mundo”. Contudo, ainda gostei muito da noitada agitada…

Evidente que a cidade de João Pessoa precisava de renovação das faixas de pedestres que evaporaram com o passar dos pneus dos veículos, há muito tempo apagadas. Contudo a SEMOB, autarquia pessoense da municipalidade, foi muito além do que se precisava, quando postou pela imprensa, uma remodelação profunda do circuito dos veículos pequenos ou grandes. No início desta semana, mesmo sendo advertido pelos jornais, rádios e televisões, sobre uma mudança grande e drástica invertendo os sentidos de escoamentos de ruas e avenidas do centro da cidade mas, não olhei bem o que seria alteração de um binário, para uma promessa de melhorar o trânsito. Aliás, a propaganda estatal e institucional é justa e legalmente possível para mostrar, em redes de televisão, o que se passaria entre o que não conhecemos!

Vesti meu habitual paletó e gravata, por exigência formal do trabalho jurídico, o qual faço a décadas, tirei o automóvel da garagem do condomínio e ousei enfrentar as mudanças no início da manhã. Procurei manter o trajeto antigo e costumeiro, logo entrando na primeira oportunidade e eis que, não mais pude voltar… Todo mundo gesticulando aceleradamente dentro dos carros, a maioria armado com celular colado no ouvido, outros gesticulando aborrecidos, se parecendo com um verdadeiro caminho de roça com formigas azoretadas, picadeiras e implacáveis. Não vi nem ouvi os habituais apitos soprados pelos guardas municipais, respeitosamente chamados de amarelinhos, nem com os talões de multas abanando pelas mãos, como sempre fazem para intimidar e multarem. Aliás, desta feita, foram muito atenciosos e delicados, sempre tentando explicar como sair do impasse de querer chegar aos seus respectivos destinos.

As experiências de mudanças, sejam para o que for e por quem quiser, sempre deixam um sabor amargo de insatisfação, decorrente da pessoal acomodação com o que se trata. Quiçá, pudesse o ousado e moderno modelo de trânsito fosse aplicado em etapas compassadas e seguras, aliviando os motoristas profissionais e amadores, onde pudessem respirar enchendo os pulmões de paciência, se parecendo com os compassos musicais, podendo ser simples, binário, ternário, quaternário e, até mesmo alternado. A música nordestina de Luiz Gonzaga, por exemplo, elevou e marcou sua Asa Branca, ao mundo, no compasso binário simples, devagar para logo chegar, em cada unidade de tempo correspondendo pela necessidade da duração musical, determinada pelo maestro ou, ainda pelo comando musical do Prefeito Luciano Cartaxo, que tem direito a marcar o compasso binário alternado no tempo precípuo.

(*) Advogado e desembargador aposentado