Representante do que pior existe na política brasileira, um maria-vai-com-as-outras oportunista que já apoiou e/ou participou de governos de todos os tipos e tendências — Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma –, alguém que já renunciou ao posto de presidente do Senado para não ser cassado por falta de decoro parlamentar e que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) acaba de ser reeleito para presidir o Senado e o Congresso, cargos que já exerce desde 2013.
Como eleitor e cidadão, quero deixar claro, claríssimo — que tenho vergonha de ver à frente do Poder Legislativo de meu país uma figura como essa.
Lembrem-se que em 2007, Renan foi acusado por Mônica Veloso, sua ex-amante, de usar dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, para pagar suas despesas com a pensão do filho e o aluguel da jornalista. Para comprovar que tinha condições de arcar com os gastos sozinho, o senador apresentou notas fiscais de vendas de bois. Mas a Polícia Federal apontou que aqueles documentos não garantiam recursos para quitar a pensão. Também afirmou que os papéis não comprovavam a venda de gado. Havia a suspeita que as notas eram frias. O caso levou o senador a deixar a presidência do Senado, cargo que agora volta a postular.
Não tenho vergonha de ser brasileiro por causa dos crimes cometidos no Brasil. Tenho vergonha, sim, de ser brasileiro porque não existe uma autoridade sequer que venha em público para dizer que não aceita mais esses crimes.
Tenho vergonha de ser brasileiro porque o Congresso Nacional está podre, muitos brasileiros já estão torcendo para que as torres gêmeas da Esplanada venham abaixo, como ocorreu com aquelas de Nova York. De preferência, com todos os parlamentares dentro dos prédios.
Tenho vergonha de ser brasileiro porque nenhum deputado mensaleiro e/ou sanguessuga foi punido, pelo contrário, muitos deles foram agraciados com uma votação expressiva nas últimas eleições e, assim, voltaram fagueiramente ao Parlamento como se nada tivesse ocorrido.
Tenho vergonha de ser brasileiro quando vejo a Polícia Federal fazer seus costumeiros foguetórios Brasil afora, prendendo dezenas, centenas de pessoas suspeitas de terem cometido crimes, e que logo em seguida são soltas e nunca mais voltam à cadeia, de onde não deveriam sair tão cedo.
Tenho vergonha de ser brasileiro quando vejo muitos bispos católicos apoiando invasões de terras, feitas pelo messetê, pisoteando a Constituição e sonegando um direito fundamental de todo ser humano, que é o direito à propriedade.
Enfim, tenho vergonha de ser brasileiro, ao ver que o Brasil não passa de uma permanente festa rave em que maconheiros, contrabandistas, cafetões e cafetinas, assassinos, terroristas, corruptos de todos os tipos estão dando as cartas nesse Cassino Raveiro em que se transformou nosso País. Tenho ainda mais vergonha de ser brasileiro, ao observar que o Governo joga as cartas com os criminosos, como se estivesse de férias em Las Vegas ou no Guarujá – local em que foi lançado o mais novo plano governamental, o PAC (Praia, Água de coco – alguns dizem que é “água que passarinho não bebe” – e Cama). |