De quatro em quatro anos, os brasileiros acordam mais cedo para se prepararem para o certame internacional de futebol este, só concorre com o nosso carnaval, em termos de presença, animação e circulação monetária. Agora chegou bem perto o início da esperada segunda Copa da FIFA, sim, porque a primeira fora em 1950, numa decepção inconcebível pela multidão de torcedores espremidos como uma sardinha em lata. O choro pela derrota para o Uruguai era visível aos naquelas épocas. A esculhambação chegou ao máximo, quando não cuidaram com o troféu Jules Rimet, o qual terminou derretido e vendido no ferro velho do Rio de Janeiro! A escolha do Brasil para sediar, novamente, uma Copa passa por outros detalhes bem mais importantes que os de antigamente, levando-se em conta os governos de lá para cá, quando não se leva a sério os desprendimentos de verbas públicas e seu acompanhamento, para o povo saber!
Nosso país manteve sua extensão continental, abrindo novos campos de futebol, além do que passara pelo funesto ano de 1950 para chegar em 2014, correndo atrás da bola sem rumo certo, na brincadeira do que é muito sério e caro. E, por nada não, deveriam ter começado com os trabalhos, logo ao dia seguinte ao anúncio pirotécnico. O início de tudo recorda a História brasileira do nosso futebol, foi em 31 de julho de 2007 quando dirigentes da CBF levaram em mãos, à sede da FIFA em Zurique, na Suíça, toda documentação necessária à aprovação do nosso querido país. A burocracia da Fifa logo aprovou, em 30 de outubro de 2007, a data festiva da formalização da escolha do Brasil e suas dezoito cidades espalhadas com justificável vaidade. Contudo nada se fez naqueles tempos…
Em 2014 imagino que a FIFA não examinou, como devido, as condições das exigências apresentadas, formando uma brincadeira instalada no Palácio do Planalto, com as autoridades esbanjando assinaturas em ordens de serviço com toneladas de papeis, alguns dos quais, ainda jogados em gavetas e arquivos, tirando proveito para mostrarem suas caras na imprensa brasileira, como se fossem heróis do nada!
Esta polêmica Copa do Mundo escolheu as doze melhores arenas brasileiras: Brasília, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Cuiabá e Manaus. A maioria estando inacabada sem as responsabilidades devidas. Obras estruturantes e de acabamentos travaram as mobilizações das vias de acesso, aos estádios. Um detalhe importantíssimo é a precariedade dos empregados em geral, que não falam idiomas como o inglês, o francês e o espanhol e, mesmo as placas de sinalizações nos estádios foram poucas e mal sinalizadas.
De qualquer forma, meu sangue de brasileiro não permite trair o berço que me acolheu desde recém-nascido! Eu e minha família vamos, sim, de verde-amarelo torcendo como possível for, bradando com todo pulmão num grito de guerra pela vitória plena da terra brasileira. Os que seguiram por caminhos violentos e tortuosos, na condução ao crime de lesa pátria, terão oportunidade de sentir e padecer pela força do povo enfurecido. O Brasil não merece seus filhos apunhalar pelas costas! Vamos à vitória, gente boa, é BRASIL!
(*) Advogado e desembargador aposentado