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Blog do Vavá da Luz

Serei 66 anos velho (MARCOS PIRES)

Quando vocês lerem essas mal traçadas estarei emburacando no meu maior sonho, completar 80 anos do mesmo jeitinho que estou hoje; lucido, anarquista, descompromissado com conveniências sociais, cheio de amigos e pleno de saudades dos que se foram. Nem penso mais no que já fiz. Quero é fazer mais. Mais amigos, mais histórias, torcer para que Deus faça com que aquelas pessoas que se julgam muito importantes (os tais que limitam suas felicidades às conveniências) entendam que é muito melhor ser um pouco feliz todo dia do que morrer esperando pela grande felicidade. O máximo que conseguirão será uma rua ou praça com seu nome, para que os motoristas de taxi e Uber as “rebatizem” com apelidos jocosos. Os mais importantes serão esquecidos do mesmíssimo jeito que o mais simples dos mortais, tendo perdido tempo ao cultivar essa importância ou, pior ainda, juntando fortunas que seus netos, graças a Deus, irão torrar nas três coisas mais prazerosas que existem; começo de namoro, sexo e aquela sensação incrível que temos ao final de um bom exercício físico.

Mesmo aqueles poderosos que tinham legiões de amigos e fãs são esquecidos. Um exemplo bem simples é o casal Wilson e Lucia Braga. Menos de seis meses depois de seus falecimentos garanto que quase ninguém pensou neles ultimamente. É assim mesmo, é da humanidade seguir em frente. Portanto, continuo convencido de que estou certo quando acordo toda manhã com um único objetivo, me divertir e ser feliz. Quero lá saber de comprar um imóvel, disputar um cargo… .

Quando aquele meu colega musico John Lennon era criança, aprendeu com sua mãe que a felicidade era a chave para a vida. Posteriormente entrou na escola e lá a professora perguntou a todos da classe o que queriam ser quando crescessem. John respondeu que queria ser feliz. A “tia” disse que ele não entendera a pergunta. Ele retrucou dizendo que ela é que não entendia a vida.

Isso aí. Meu presente de aniversário é o desejo de que vocês não esperem a velhice proibitiva, o abandono de filhos e netos ou enfermidades graves para só então descobrirem (como já disse antes) que ser feliz todo dia, mesmo que só um pouquinho e por um curto espaço de tempo, é o maior presente que Deus nos dá.

E lembrem sempre que raiva não é para ter; raiva é pra fazer.