Ser Nordestino
Sou nordestino!
Homem, menino.
Da fome, faço canto;
da sorte, faço hino.
Da coragem, um remanso;
dos olhos, meu destino.
Da vida, a mais vidas,
deste menino, Severino,
reajo ao que não suporto,
e, em verso, sonho, imagino:
aqui, em nós,
merecemos respeito,
pois somos livres,
Disse o destino
Até votamos em quem escolhemos
Reagimos e decidimos
Quando retirantes somos
Fomos parte da história e do caminho,
do Brasil que abraça e acolhe,
mas também discrimina, afasta…
E eu… sentindo.
Sobrevivemos aos dias,
aos anos, em desatino.
Sempre, sempre escapamos.
Sobrevivemos… é a vida, atino.
Temos sotaques e palavras,
do palavreado nordestino.
Sabor, cheiro e calor,
o fogo que aquece,
o abraço apertado,
o forró e seu gingado…
Viva os Santos Juninos!
Chega o dia, o dia todo,
todo dia, seu menino:
acorde, me abrace, me respeite!
Somos iguais, visse?!, digo rindo…
Sou, de coração, Nordestino!