Redes sociais e a espetacularização da morte
Hoje todo o país e, ouso dizer, o mundo, ficaram muito chocados com o acidente ocorrido na cachoeira e o despencar da pedra no Capitólio, em Minas Gerais, sobre lanchas e pessoas em passeios turísticos.
Fiquei mais uma vez a observar a rapidez na divulgação dos vídeos em grupos de WhatsApp, Redes Sociais e a espetacularização da morte.
O “conceito” tão estudado para gerar engajamento seria a morte, o flagelo, os gritos de pavor, o choque de emoções, o detalhe de pessoas voando numa onda mortal, o romper de um dia de sábado em mais uma tragédia transmitida quase on-line.
A live da vida atual teria um grande fundamento em despertar interesse para o caos, o que traz dor, terror e morte – existiu cancelamento ou mais engajamento?
Será que essa tal humanidade, que dividia um vídeo de morte com uma linguagem do algoritmo e um copo da cerveja da garrafa verde, também dividia a dor com o próximo gole, ou, como diz a letra da música popular do momento, seria mais um “detergente na alma” e que, depois de lavada, já espera a próxima cena?
É, posso ter confundido tudo com o momento vivido, mas, me preocupa muito esse ser humano que não se importa com o que me importa, e até em grupos privados posta sem medir até o que a mim é a ti completam; que sente de maneira diferente o impacto do tema em tela; que não tem noção da causa e do tamanho da reflexão que tenho em mente.
Que pena, a espetacularização, de Marília aos Paredões do Capitólio, deixa um rastro de um momento dolorido, onde o conceito da morte é a cena principal.
“E a população disputa a sobra de comida do supermercado incendiado em João Pessoa-PB”.
Meus sentimentos.
De um dia de Domingo 09/01/2022
Dunga Júnior.