Pular para o conteúdo

Quando eu escrevi minha própria história: minha autobiografia. (Dunga Junior)

 

Quando eu escrevi minha própria história: minha autobiografia.

Permiti dar esse direito a meu eu: precisei de algumas horas para descrever minha própria história, onde busquei ser verdadeiro com meus erros e acertos, pois precisava honrar e respeitar todo o contexto descrito, e foram esses momentos de erros e acertos que me fizeram ser quem sou hoje.
Nunca havia imaginado como minha própria história era interessante, dentro de minhas percepções e visão do meu mundo.
Revirar as páginas passadas da vida e relembrar o cheiro da lancheira – “desafio cada um a fechar os olhos e lembrar o cheiro da lancheira”…
Mexer no túnel do tempo, de olhos abertos olhar para a vida em volta, de olhos fechados olhar para as voltas da vida; saí anotando e desenhando tudo o que via, de maneira que prevalecesse a honra e o respeito.
Quando cito acima o cheiro da lancheira, é para buscarmos a preciosidade dos detalhes. Minha lancheira nunca foi a lotada de comida, mas, o cheiro era tão marcante, que, fechando os olhos, ainda hoje, sinto o cheiro que exalava amor, afeto, carinho, cuidado, amor de mãe.
Vivi neste texto toda a minha infância, meus sonhos, minhas condutas e minha trajetória, até a adolescência, que, igual a tantas, foi evidenciada pelas marcas do tempo ido, em frustações, decepções, aprendizado e coragem em seguir adiante.
Chegamos na primeira paixão, o primeiro beijo, os grupinhos da escola, as armações de jovens, e, a cada linha escrita, mil lembranças e pensamentos me levavam a reflexões cada vez mais profundas.
Atingi então o meu momento atual, seguro de onde estava e onde quero alcançar, o que hoje me acrescenta e o que descarto, o que me faz rir e chorar, o que me faz grande e pequeno, o que me encanta e desencanta, o que gosto e não sou obrigado a gostar, o que me faz viver e o que me aniquila.
Eis a hora que ficam a caneta e o papel menores para tantos relatos, que ‘pari passu’ devemos ritmar e cadenciar nossos próprios instintos, passando principalmente pela respiração.
Com foco, vão se moldando textos perfeitos da trajetória da vida, e aquela em especial é a minha: traçada, contada e escrita em papel e caneta por meu próprio punho.
Pausa depois do ponto final, para a primeira leitura – tentei parar no meio, mas, lentamente e de olhos marejados, sigo a análise; pausa novamente, tento voltar ao segundo parágrafo para firmar e compreender o que havia lido, sigo agora mais rápido e chego ao epílogo, fecho a folha, e choro.
Depois de 10, 15 minutos, volto a abrir o papel e releio, agora entre risos e lágrimas, alcanço a reta final mais uma vez.
Concluo dizendo a mim mesmo: “você é um cara muito especial”, e eu me orgulho muito de mim, de quem me tornei.
Gratidão, meu Deus, e me faça a cada dia melhor do que fui ontem.
E, agora, desafio você a escrever sua própria história!…

Dunga Júnior
De um dia de domingo 25/09/22