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Blog do Vavá da Luz

PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE (Prof. Marcos Bacalháo)

 

 Sempre medindo tudo. Não conheço pessoa ou casal que não faça isso. É aquele cálculo, até inconsciente, que você e eu somos flagrados fazendo a cada coisa que damos e recebemos dos outros.

É um inferno silencioso que nos queima sem que notemos e que derruba a estrutura de um relacionamento.

 

A fantasia de que tudo que damos temos que receber em troca e que tudo que recebemos temos que dar de volta. Como numa balança emocional que precisa ser sustentada a cada minuto usamos daquela ideia de “fazer ao outro o que gostaria que o outro te fizesse”. Pegamos a regra de ouro e a transformamos numa espada colocada no pescoço dos outros: “é bom você fazer para mim aquilo que eu fiz para você.”

 

Essa ideia de reciprocidade é leviana porque em essência quando fazemos algo generoso isso por si só bastaria. O amor é algo que se faz por escolha. Ponto final, sem mais.

Mas o que acontece nos relacionamentos é algo do tipo: “peguei um copo d’água para você que tal pegar um pra mim agora?”, “eu coço suas costas, coça a minha?”

 

Festas de casamento são assim, os noivos gastam uma fortuna para fazer o casório, como recompensa esperam receber bons presentes. Não que os presentes não possam vir, mas não como uma obrigação silenciosa implícita, mas como um ato espontâneo. E se o melhor amigo está sem grana deve ser recusado como padrinho? Por favor, meu amigo, não faça mais dívidas em meu nome, amo você assim, nu em pêlo. Será que somos capazes disso?

Na vingança o princípio da reciprocidade  também come solto. Se um pisou na bola o outro parece que precisa devolver o coice. Pra quê ?

Sério, pra quê ?

Tem caras que dizem que traem a mulher caso ele corra o risco de já estar sendo traído ou só pra garantir. Fala sério!

Não vejo onde isso pode nos levar.

Se você quer oferecer algo para alguém, apenas ofereça.

Se recebeu algo, apenas receba, sem culpa ou constrangimento.

Se me deu, me deu, se eu te dei, está dado. Sem cobranças, sem lembranças e sem carta de agradecimento ou recomendação. E fim  !