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Preso no elevador    Marcos Pires

Quarenta e seis pessoas morreram desde janeiro ultimo aqui no Brasil em consequência de acidentes com elevadores. Quantos ficaram feridos não sei, mas com certeza pelo menos centenas de passageiros. Porém não é isso que me motiva a fazer esse escrito embora deva informar aos meus distintos leitores, para sua segurança, que segundo as melhores recomendações dos fabricantes de elevadores nunca apressem o fechamento das portas, não apertem varias vezes os botões de chamada, evitem movimentos bruscos dentro do elevador bem assim não bloqueiem o fechamento das portas com pacotes, malas e sacolas. Cuidado com as crianças; não as deixem colocar as mãos nas portas dos elevadores, tampouco pularem no interior da cabine e nunca entrarem primeiro no elevador tão logo a porta se abra porque existem casos de portas se abrirem sem o elevador ter chegado. Por fim, se o elevador parar entre dois andares mantenham a calma porque o perigo não é iminente. Acionem o botão de alarme e esperem pela assistência técnica ou pelo corpo de bombeiros que deverão ser chamados pelo zelador. Muito importante; se o elevador estiver parado entre dois andares, nunca, jamais, em tempo algum tentem sair pela abertura, porque a máquina pode voltar a funcionar e seu corpo…você sabe, né? Por fim, mas não menos importante, se o elevador começar a cair a melhor posição é deitar-se com a barriga para cima ou se a cabine estiver lotada procurar sentar-se porque os músculos e a gordura podem ajudar na absorção do impacto.

Eita que sobrou pouco espaço para escrever sobre o título deste escrito. Acho que muitos dos leitores já tiveram ao menos uma vez essa péssima experiencia que é sentir de repente o elevador dar um solavanco e parar. No meu caso, como sofro de uma claustrofobia básica, prefiro sempre escadas, porém os joelhos setentões começam a reclamar. De todo modo preciso registrar ao menos um dos 14 casos que colecionei. Trata-se de deputados paraibanos que viajaram a Foz do Iguaçu a fim de participarem de um encontro nacional. Como sempre ocorre nessas situações, aproveitando para passear e num desses passeios voltavam de uma incursão a um shopping onde compraram importados de todo tipo. Entraram no elevador do hotel carregando inúmeras sacolas. O elevador pifou e eles foram avisados que o técnico só chegaria em meia hora. Em meio ao pânico que se instalou, um deles meteu a mão na sacola de onde tirou uma garrafa de uísque Chivas. Quando o técnico enfim abriu a porta do elevador, os deputados alegres e cantarolando músicas de forró, saíram para comprar outra garrafa de uísque e voltar ao elevador a fim de continuar a farra.

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