Depois deste 13 de março de 2015, o povo voltou a seus lugares de aconchego, com as mãos limpas e as cabeças para cima, demonstrando a todos os senadores, deputados federais, estaduais e, finalmente, aos governadores, prefeitos e vereadores, a força do poder popular! A vibrantes brados, muito mais que 3,6 milhões de manifestantes brasileiros, superficialmente contados, saíram pelas ruas, vestindo verde, amarelo e o repetido desejo de lutar contra a corrupção escancarada do atual desgoverno federal, cobrindo todo o entorno nacional, desde o Oiapoque até o Chuí. O inegável destaque foi o boneco erguido pelos manifestantes na Avenida Paulista, e em muitas cidades, um gigante inflável, conhecido por Lula presidiário, no qual se vê a inscrição “13-171”, com traje listrado de preto e branco, medindo cerca de 12 metros de altura e pesando aproximados 500 quilos, quando inflado. Tudo ia bem, quando uma mulher petista aloucada, ousou furar o Pixuleco, tendo sido recolhida pela Guarda Municipal por incitação à ordem pública, isto já perto do Viaduto do Chá.
Outra importante louvação foi especialmente dirigida ao Juiz Federal da 13ª Vara Criminal da Comarca de Curitiba, Sérgio Moro, condutor da “Operação Lava-jato” e atuante no Escândalo do Mensalão, indicação da Ministra convocada do STF, Ministra Rosa Weber, tendo em vista a especialidade processual em crimes financeiros e no diuturno combate à lavagem de dinheiro que, lamentavelmente, corre solta no país. Nesta sexta-feira, o juiz de ferro, ordenou fossem dadas explicações à respeito do cofre encontrado pela Polícia Federal, localizado em setor do Banco do Brasil, contendo 132 objetos preciosos acomodados em 23 caixas lacradas, sob responsabilidade da senhora Marisa, esposa de Lula, bem assim de seu filho, Lulinha. A imprensa mostrou os dados da investigação, comprovando que as preciosidades do ex-presidente foram armazenados e ficaram depositadas em nome de terceiros, desde janeiro de 2011 até o mesmo mês de 2016, tendo a OAS pago pela guarda nada módicos R$ 1,3 milhão. Por nada não, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, antecipou-se para falar besteira afirmando ter sido espetaculoso o trabalho da Lava-Jato para, inventar uma conversa mole sob o argumento de que ‘… criou-se uma tese de ele (Lula) é chefe de uma gangue, então investiguem pessoas e não crimes. Quer dizer, não é uma coisa clara e, tem gente babando sangue querendo provar.’
O povo segue desejoso com a ressonância dos protestos que cotaram com a participação de brasileiros que moram no exterior, mostrando ao mundo que o nosso país não é uma ilha abandonada. O que foi realizado na grande manifestação de 13 de março de 2016 não pode parar, até mesmo para barrar novos escândalos, a exemplo da compra, pela ex-chefe da casa civil, Erenice Guerra, que, há pouco, adquiriu uma março mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília, por nada mais, nada menos do que R$ 4,3 milhões de reais, em nome do maridão, José Roberto Campos, sócio majoritário, da empresa Gaya Participações Societárias S/A. Tudo continua arrumadinho e investigado na Operação Zelotes. Neste intempestivo momento, os preparativos do impeachment estão na dependência da Câmara dos Deputados e, ao mesmo tempo, apesar de todas as investigações que recaem sobre o presidente Eduardo Cunha, este garante dar sequência à saída de Dilma, nos próximos dias com uma ‘comissão especial’ composta por 65 deputados. Diante dos últimos acontecimentos, importa consignar a lição de Eliane Brum, para quem “não se constrói um projeto político com crentes. Mas a angústia, no Brasil de hoje, se dá também pela vontade de acreditar que algo é verdadeiro num cotidiano marcado por falsificações”. (*) Advogado e desembargador aposentado
> Publicado no Jornal da Paraíba, Correio de Sergipe, Tribuna de Alagoas e, portal InformePB <