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PORQUE NÃO VOTAMOS (Marcos Pires)

Marcos Pires
25 milhões de eleitores não votaram domingo passado, apesar do voto ser obrigatório. Não houvesse essa obrigação seriam pelo menos 40 milhões de brasileiros sem votar, bastando contar votos nulos, brancos e os eleitores que tem medo das sanções eleitorais. Portanto, em pouco mais de cem milhões de eleitores já somos quase metade.
E em 2018 a pancada será maior ainda.
No entanto, os políticos ignoram olimpicamente essa realidade, como ignoraram “as ruas” até as manifestações de 2013. Porém não irei cansar meus eleitos leitores com analises profundas. Basta saber que os próprios políticos tem contribuído mais do que o suficiente para que isso ocorra.
O que importa é trazer para vocês uma situação que presenciei nesse período. Trato de uma aposta. Ah, sortudo leitor, como existem apostas estranhas em épocas de eleições. Na caminhada matinal ouvi dois eleitores exaltados fazendo uma aposta enquanto tomavam agua de coco. Um deles apostava que Luciano seria reeleito Prefeito de João Pessoa, enquanto o outro não abria mão da vitória de Cida. E começaram a falar alto, aos berros, chamando a atenção dos caminhantes. Definidas as simpatias, passaram a desafiar-se mutuamente sobre quanto apostariam. E a cada vez que um deles oferecia uma quantia o outro achava pouco e dobrava, de maneira que estavam num impasse. Enquanto isso a roda de curiosos aumentava. Até que num determinado momento, quando um deles propôs a quantia de vinte mil reais, dando ainda uma vantagem de dez mil votos, o outro disse que não só aceitava aquele valor como ainda aumentava, apostando também sua esposa. A pequena multidão foi ao delírio, para logo depois se decepcionar com a retirada do primeiro dos dois apostadores, que desistiu abruptamente da parada. Curioso como sempre, fui até ele e perguntei porque desistira da aposta; será que não confiava na vitória do seu candidato? Ele me assegurou que tinha certeza de que Luciano ganharia no primeiro turno, mas que não poderia aceitar aquele tipo de aposta. “-Ora, mas por que não?”, eu perguntei. “-É que você não conhece a esposa dele. O que diabos eu iria fazer com um tribufu daqueles? Agora se ele tivesse me dado uma vantagem de mais 100 votos valeria a pena…”.
QUE COUSA!