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OSCAR 2016 E OS NEGROS (MARCOS SOUTO MAIOR (*)

 

MARCOS Todo ano, no Brasil, tem muita gente que liga a televisão para acompanhar a noite esplendorosa do Óscar, para assistir à rica cerimônia instituída pela Academy Awards, também fundada em Los Angeles, Califórnia, em 11 de maio de 1927, sendo a mais antiga de todas e superando grandes eventos culturais como o Grammy, o Emmy e o nosso Globo de Ouro, este último não mais existente. A primeira entrega de prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas ocorreu no luxuoso Hotel Roosevelt, em Hollywood, onde os artistas se exibiam nas filmagens. Depois de José Wilker, falecido comentarista da TV Globo, escalaram Glória Pires que deu o branco e disse não ser “capaz de opinar” sobre alguns temas do Oscar!

Debaixo de preconceitos, ao longo da história, 15 negros e negras subiram ao palco da grande festa cinematográfica, a começar por Eddie Murphy, que bradou, em 1987, reclamando o direito de conquistar e participar, com capacidade de levantar a estatueta tanto quanto os atores caucasianos. Com efeito, a ele foi apenas admitido disputar o Oscar de 2007, com o filme Dreamgirl, entretanto, naquele ano, a vitória foi de A pequena Miss Sunshine, de Alan Arkin. O primeiro cineasta negro, Steve MacQueen, somente concorreu na 86ª edição do Oscar, com o melhor filme: 12 anos de escravidão. Em 1964, Sidnei Poitier foi premiado pelo trabalho Uma voz nas sombras com; Em 2002, Halle Berry, foi aplaudida pela atuação em Última Ceia; Jannie Foxx, melhor ator em 2005, com Cinebiografia Ray; Morgan Freeman, ator coadjuvante 2005 de Menina de Ouro; Forest Whitagner, melhor ator no O Último da Escócia; Mo’Nique melhor atriz de 2010 com Preciosa – Uma História de Esperança; Octavia Spenser melhor atriz com Histórias Cruzadas em 2012; Lupita Nyong’o, melhor atriz coadjuvante em 2014.

As inesperadas 13 indicações brasileiras apresentadas na categoria de melhores filmes estrangeiros são: O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1994), O Que É Isso, Companheiro? (1998), Central do Brasil (1999), Uma história de futebol (2001) melhor curta-metragem, Cidade de Deus (2002), Lixo Extraordinário (2011) melhor documentário, Rio (2012) melhor canção, O Sal da Terra (2015) melhor documentário e finalmente, O Menino e o Mundo (2016) melhor animação cinematográfica. Lamentavelmente, nosso país, tem poucos filmes com disposição de concorrer pelo Oscar, até porque o custo é muito alto e o poder público não se manifesta com verbas destinadas à cultura brasileira. O programa chamado Pronac – Programa Nacional de Apoio à Cultura, foi submetida a Lei 8313, também chamada de ‘inventivo ROAUNETE’ porém, sem qualquer apoio decisivo que bem possa ser dirigida aos operadores culturais. O Tribunal de Contas da União, auditou e achou nos papéis do Ministério da Cultura, e não sabe onde, cerca de 3,8 bilhões de verbas aplicadas no projeto cultural, enquanto mais de oito mil processos estão paralisados por falhas na prestações de contas.

Finalmente, o retumbante troféu do Óscar brasileiro de 2016, vai sim, para os estrelados artistas petistas Lula e Dilma: este teria derramado 300 mil reais da Rouanet, para a festinha de quinze anos da neta Bia; enquanto aquela teria brindado o namorado de Marieta Severo, com 908 mil reais, tudo pela boquinha frouxa da Lei 8313. Ambos artistas deitados em berço esplendido em luxuosos tríplex, desde 2010, enquanto dormita, na Câmara Federal, um projeto para modificar a lei paralítica para garantir mais cultura ao povo.

                                                                              (*) Advogado e desembargador aposentado