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Blog do Vavá da Luz

ORIGEM DOS RAMALHO DO BREJO DA PARAIBA (Ramalho Leite)


ORIGEM DOS RAMALHO
DO BREJO DA PARAIBA

Por volta do ano de 1755, o casal Pedro Leite Ferreira e Isabel Gomes de Almeida chegou à Parahyba. Veio da Bahia e se fixou no vale do rio Piancó, no lugar denominado Tapera, à margem direita do rio Genipapo onde se dedicou à criação de gado. Os oito filhos desse casal, quatro homens e quatro mulheres se espalharam pelos municípios de Conceição, Piancó e Teixeira formando três ramos genealógicos a começar de cada uma dessas áreas conforme estudo do padre Florentino Barbosa Leite. Segundo o mesmo historiador, que presidiu o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano por vários anos, o braço dos Ramalho estabelecido no brejo da Paraíba é oriundo do ramo de Conceição. 
Para não voltarmos muito ao passado, partimos dos irmãos Francisco Pinto Ramalho, casado com Alexandrina Leite Ramalho e Antônio Pinto Ramalho, casado com Constância Ramalho. Francisco, comerciante em Misericórdia (Itaporanga) viria a ser pai de Isidro Pinto Ramalho e de Clotilde Pinto Ramalho, entre outros nascidos da sua união com Alexandrina. Por sua vez, seu irmão Antônio Pinto Ramalho, agricultor em Manguenza, na mesma região, foi o pai de Luiza Pinto Ramalho. Os primos Isidro e Luiza, unidos em matrimonio, foram pais de Leonor Pinto Ramalho.
Como Clotilde Pinto Ramalho chegou ao brejo para se casar com o tenente da guarda nacional José Rodrigues da Costa Neto, senhor do engenho Poço Escuro? Clotilde era sobrinha de Águeda Rodrigues Ramalho casada com o coronel José Amâncio da Silva que migrou do sertão para Tacima, distrito de Araruna. Eram os pais de José Amâncio Ramalho, tido como fundador do lugar que denominou Boa Vista e depois, vila de Camucá e cidade de Borborema. Essa ligação familiar deve tê-la trazido ao brejo onde conheceu seu futuro marido. Desse casal nasceram os filhos Elísio, Maria do Carmo, Olindina, Euclides, Dalva, José Rodrigues Filho e Conceição. É poss& iacute;vel que o vigário colado de Bananeiras, padre José Euphosino de Maria Ramalho, tio Agueda e tio avô de Clotilde tenha facilitado esse conhecimento. Clotilde não se recuperou do último parto e, após breve enfermidade, veio a falecer, ainda jovem. 
Leonor Leite Ramalho, filha de Isidro e de Luzia, ficou órfã muito jovem e foi trazida pelas mãos do padre Euphosino para a Casa de Caridade de Santa Fé para se educar e sobreviver, fugindo de uma seca que levara seu pai a migrar para o Maranhão, onde perdeu a vida, vítima de beribéri. Clotilde, primeira esposa do tenente José Rodrigues, como vimos, era tia de Leonor, a segunda esposa, esta levada para o engenho Poço Escuro para ajudar sua tia enferma a cuidar das crianças, algumas de berço, como a pequena Conceição. Leonor apegou-se às primas e não quis mais voltar à casa de caridade fundada pelo Mestre Ibiapina. “Uma moça solteira na casa de um viúvo, não pode dar certo”, teria dito o padre Euphosino ao sugerir o casamento de sua pupila com o viúvo de sua tia. Essa versão, proclamada em família, porém, foi desmentida pela certidão de óbito do vigário colado de Bananeiras. Este faleceu em 1º de agosto de 1905 e a última filha de Clotilde nascera em 1910. O casamento de Leonor, ocorreu em 1911 e a sugestão atribuída a Euphosino teria partido do seu sobrinho e adjunto, padre Severino Leite Ramalho, irmão de Águeda. Dessa  nova vida conjugal  do tenente Zé Rodrigues   nasceram os descendentes que receberiam o sobrenome Rodrigues Ramalho. 
Do segundo casamento do tenente Zé Rodrigues nasceram Maria (Lica), Diomedes, Elpídio, Anatilde, Edite, Clotilde, ARLINDO, Elvídio, Maria de Lourdes e Maria Elita. Arlindo Rodrigues Ramalho é portanto, o décimo quarto filho dos dezessete que o senhor do Engenho Poço Escuro botou no mundo. O tenente era bom de espada. (Para o livro “ARLINDO RAMALHO, A CANDEIA ESPEVITADA DA UDN” )