Para fazer-se líder, necessariamente o político precisa estar sempre na posição de protagonista. Líder comanda, orienta; seduz a atenção e o sentimento dos seus liderados. Em suma: quem não protagoniza não lidera.

No que pesem os seus méritos enquanto gestor – e de estar tocando o governo bem – considerando as circunstâncias causadas pela pandemia, rompimento político com o seu antecessor etc -, o governador João Azevêdo não parece estar focado em se fazer uma liderança política na Paraíba, verdadeiramente.

Para construir a condição de liderança política, desde já, Azevêdo teria que marcar posição de destaque e ocupar relevante espaço no território em meio ao processo pré-eleitoral que estamos vivendo.

Sobretudo em Campina Grande e João Pessoa, o governador João teria de ter um nome do seu grupo, ou seja, um liderado de suas fileiras para disputar a supremacia nos dois maiores redutos eleitorais. E não ir a reboque de outros projetos, especialmente se tiver a pretensão – o que muitíssimo provável – de se reeleger governador do Estado. Afinal, em 2022 tem jogo. E jogo para quem tiver ficha…

Com Cícero

É dado como certo nos meios políticos de toda a Paraíba que o governador João Azevêdo e o seu partido (Cidadania) irão apoiar a pré-candidatura de Cícero Lucena (Progressistas) à Prefeitura de João Pessoa. Ponto para o caboclinho de Jatobá, que ganha um reforço e tanto para a sua pré-candidatura a prefeito de João Pessoa. Cícero notoriamente começa a ganhar corpo e desenvoltura. Ganha fôlego e toma distância…
Ponto para o governador da Paraíba? Nem tanto. Primeiro, porque em se confirmanda esta composição (Cidadania e Progressistas) João, em vez de se fazer protagonista, estará indo a reboque de um projeto ambicioso que se consolida a cada pleito – a partir de Campina Grande – e que, com toda certeza, está de olho no Palácio da Redenção pela ótica da poderosa família Ribeiro.

Ou será que João Azevêdo acredita que em 2022, se as coisas continuarem no rumo que vão, terá o apoio de um Cícero Lucena prefeito da Capital para se eleger a governador? Ou dos Ribeiros…

Nuvens

Estas modestas considerações naturalmente se baseiam na possibilidade, cada vez mais real, de João Azevedo e Cícero Lucena misturarem as tintas agora, nas eleições municipais.

Se porventura esta composição não se confirmar, fica o dito pelo nãodito.
Afinal, já dizia o filósofo Branxú: os fatos políticos são como as nuvens, mudam de lugar rapidinho, a depender da pressão dos ventos…

Corona virado

O vírus da pandemia está virado na gosta serena, Paraíba à fora. Alias, no Brasil todo.
Os governos flexibilizam, as pessoas acham que o vírus está indo embora e tudo volta à normalidade. Tudo, vírgula: menos os números de infectados e mortos.

 

Wellington Farias