Acordos políticos selados em 2020 com projeção para 2022 têm a consistência de um risco n’água. Ou seja, não valem nada e os agenciadores desses “compromissos” sabem muito bem disso.
A movimentação das peças no jogo do xadrez político, as conveniências partidárias e, sobretudo, os interesses dos caciques e raposas felpudas da política são o que vão determinar até que ponto a palavra empenhada agora terá, ou não, valor na próxima semana ou até 2022.
Nada vem a calhar mais, nestas situações, do que o velho jargão: “muita água ainda vai rolar sob a ponte”.
Transição
Se numa circunstância normal a palavra empenhada hoje tenha a duração de um risco na água, imagine num momento atípico como este porque passa a política brasileira – e a da Paraíba também – em que tudo indica estarmos enfrentando um período de transição e de mudanças nos quadros políticos.
Observemos que na mais recente eleição ocorrida na semana passada de caráter profundamente atípico houve uma notória rejeição aos extremos, uma aprovação aos projetos de centro e uma mudança no leque de lideranças.
Neste cenário, deram-se mal lideranças como Ricardo Coutinho e partidos como PT, MDB, PSDB etc. e tal.
Enquanto isso, começam a se consolidar como lideranças em potencial o prefeito eleito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima; o atual prefeito da cidade, Romero Rodrigues, criando asas para disputar o Governo do Estado; o deputado federal Agnaldo Ribeiro, a irmã deste e senadora Daniela Ribeiro; e até Cícero Lucena, que depois de um exílio voluntário na política de 16 anos, quando se imaginava estar morto e sepultado, resurgiu com muita força e fôlego para futuros projetos políticos.
Resumo da ópera: Quem estiver pensando em contar com o ovo no fiofó da galinha para 2022 é melhor ir refazendo os cálculos.
Por Wellington Farias