Depois dos escândalos da recente Copa do Mundo, quando foram edificados, a peso de ouro e driblando a lei das licitações, verdadeiros elefantes brancos em vários Estados, diz-se que está prestes a estourar outra bomba esportiva, marcada por desvio de verbas públicas e muita sujeira boiando na Baía de Guanabara. Estamos há dois anos para o início das Olimpíadas de 2016 e muitos países se preparam para as competições, sob as bênçãos de Zeus, contudo, foram os gregos que saíram à frente de todos, por volta de 2500 a.C., para competições internas, para, somente em 776, também a.C., ocorrerem os primeiro jogos olímpicos com modalidades de atletismo, boxe, corrida de cavalo, pentatlo, salto em distância, arremesso de dardo e de disco, na cidade de Olímpia, onde os vencedores recebiam uma coroa de louros, sendo recebidos com honras de heróis!
Nos idos de 392 d.C., o imperador romano Teodósio I converteu-se ao cristianismo e proibiu quaisquer manifestações religiosas do politeísmo. Somente em 1896 os jogos olímpicos foram levados à Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, também conhecido por barão de Coubertin, com presença de 13 países, 285 atletas e o tradicional ramo de louros e medalhas de ouro. O derradeiro empecilho para o cancelamento das Olimpíadas ocorreu por conta da Segunda Guerra Mundial, nos idos de 1940 e 1944.
São muitos os problemas que o Brasil precisa resolver antes dessa nova e próxima edição olímpica de 2016, porque ficaram poluídas as Baías de Guanabara, de Niterói e de Duque de Caxias, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, e, na sequência de ordem, precisam ser solucionados os já conhecidos problemas de ordem ambiental, social e metropolitana, que impõem a primeira derrota maléfica, escancarada e antecipada do início das Olimpíadas em nosso país. Uma famosa emissora de comunicação deu o pontapé inicial mostrando, do Oiapoque ao Chuí, a podridão das mais belas baías verde-amarelas! E são tantos os órgãos públicos desidiosos de braços dobrados, que há receio de, antes da grande festa olímpica, ser posta mais uma pá de terra podre, que acabará com o restinho da festa que já exala odor insuportável e letal.
Muitos são os que gritam pedindo às autoridades suas responsabilidades para um certame internacional que poucos sediam e, no caso do Brasil, o evento já é vítima de severas críticas por parte do Comitê Olímpico Internacional (COI), inclusive na pessoa do interventor Gilbert Felli. O orçamento disponibilizado, até 05 de agosto de 2016, patenteando os XXXI Jogos Olímpicos da Era Moderna, vai consumir a bagatela de 37,6 bilhões de reais, direcionados a dezenas de instalações e outras reformas urgentes. Estas obras apenas estão no papel ou na fase inicial de marcação do terreno e, até aqui, o que se poderia apresentar como resolvido é a pré-venda de ingressos, disponível desde o dia 31 de março último, porém, ainda com pouca publicidade.
O povo brasileiro gosta de tudo o que é belo e bom, e sempre defende a nossa pátria, até mesmo com os dentes, em tudo que nosso Brasil participe, seja debaixo de chuva caudalosa ou sol causticante de verão! Entretanto, a sensibilidade do povo brasileiro repudia qualquer gozação com as coisas erradas, em clara tentativa de tirar a seriedade de problemas reais, a exemplo das Baías de Guanabara, Niterói e Duque de Caxias, até porque consciente de que, se não houver modificação das promessas vãs, em vez de Olimpíadas, veremos e sofreremos com uma desmoralizada OLIMPIÁDA.
(*) Advogado e desembargador aposentado