Morrer é fácil. Difícil é envelhecer
O obvio; todos vamos morrer, porém nem todos conseguiremos envelhecer.
O não tão obvio é que a morte (um fato absolutamente certo) nos preocupa diariamente, apesar de jamais podermos fazer algo que melhore a sua chegada, que suavize o temor de sua presença. Porém a velhice pode e deve ser melhorada e suavizada. Então por que não passarmos a tomar alguns cuidados para envelhecermos melhor, já que nenhum tratamento medico ou dinheiro acumulado vão nos fazer morrer bastante melhorados?
Noves fora o necessário, que são as atividades físicas com foco nas caminhadas, no pilates e na musculação, existem muitas coisas que não consideramos importantes mas que se mostrarão absolutamente imprescindíveis para os privilegiados de Deus que não morrerem no caminho.
Principalmente o que causa mais tristeza em todos os idosos; a falta de amigos com quem conversar e o abandono dos filhos e netos. Quanto aos amigos é da natureza humana que morram no curso da vida. O que nós temos de aprender é que não precisamos conversar apenas com amigos. Nem conversar somente com pessoas de nossa idade. Eu aproveito todos os instantes da minha vida para conhecer e conversar com pessoas recém-encontradas. Nas atividades físicas, nas filas do supermercado, na padaria…até nas farmácias me pego conversando sobre um tal remédio para a dor que nem tenho, mas motiva o interesse dos meus novos conhecidos. É no meio dessas conversas que com certeza vocês se surpreenderão com a quantidade de gente interessante que povoa esse mundinho.
Já com relação ao abandono dos nossos familiares o buraco é mais embaixo. Escrevi sobre isso há algum tempo. Filhos e netos têm seus próprios círculos de amizade e não podemos culpar ninguém por isso. Deixemos que eles venham a nós somente quando quiserem e que não venham com aquelas conversinhas bestas. Papo reto, de parceiros. Nada pior do que criar rotinas com os avós só para cumprir tabela, de olho na grana do idoso. Minha melhor amiga sempre que vê uma família entrando num restaurante comboiando uma vovó, dá uma risadinha sarcástica e propõe: “- Quanto quer apostar como quem vai pagar a conta é a avozinha?”.
Desse mal eu não morrerei. Me antecipo e ligo todos os dias para meus filhos e netos. Vou lá esperar pela suspeita de abandono vinda das pessoas que amo!