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Blog do Vavá da Luz

Marcos Pires em : A história da corrupção

            

      Inocentemente eu pensava que essa tal corrupção era coisa nova, inventada nos últimos governos. Fui pesquisar e descobri que na época de D. Pedro I já existia propina correndo solta na alfandega. Os embaixadores brasileiros comiam toco dos bancos ingleses sempre que contratavam empréstimos em nome do império. Já os militares, por sua vez, recheavam suas vastas algibeiras com comissões decorrentes até da compra de alfafa para a cavalaria.

         Mas tudo isso era controlado, se é que se pode dizer dessa maneira. O monstro só começou a existir quando Juscelino inventou de construir Brasília em cinco anos. É que até aquela época as construtoras atuavam em seus respectivos Estados, e portando não tinham essa dimensão de hoje em dia.

         Mas em Brasília os donos dessas construtoras começaram a trocar experiências e informações, de modo que quando os militares tomaram o poder, o setor da construção estava pronto para faturar muito.

         Faturar MUITO MAIS do que hoje em dia. Só três obras, das tantas que foram construídas naquele período, já dão a dimensão do era o Brasil à época. Foram construídas a ponte Rio/ Niterói, a Transamazônica e a hidrelétrica de Itaipu, sempre com as mesmas construtoras em consórcios, principalmente a Camargo Correia, a Andrade Gutierrez e a Mendes Junior. Podem juntar 10 escândalos Petrobrás que não chega ao valor daquelas obras.

           Mas era interessante o modo de operação. Jânio, por exemplo, sempre foi tido como um político folclórico. Mas nunca foi desmentido que apesar de ser rigorosíssimo com as empreiteiras depois que assinava os contratos, passava antes no “caixa” e recebia o seu. Teria deixado depósitos de 13 milhões de dólares em uma agencia do Citibank de Genebra e mais de 60 imóveis. Ademar de Barros ficou conhecido porque roubava mas fazia. A prova é que a nossa Dilma Rousseff participou de um assalto à casa da amante de Ademar de onde levaram mais de 2 milhões de dólares.

          Aliás, é verdadeira a história de que naqueles anos de chumbo foi feita uma varredura numa embaixada brasileira e repatriados dois servidores, um homossexual e outro ladrão. No desembarque, pleno aeroporto do Galeão, um deles veio correndo em direção à dezena de jornalistas que cobriam o fato e gritou: “- Ei, pessoal, eu sou o ladrão!”.

 

Att,

Pires Bezerra Advocacia