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MARCOS PIRES EM :    2017, o ano da minha primeira morte.

 

MARCOS PIRES EM :    2017, o ano da minha primeira morte.

Semana passada o grande amigo Abelardo Jurema Filho me ligou; acabara de ver na internet a notícia de minha morte. Diante da repercussão fiz uma notinha onde registrei que minha morte havia sido um tanto quanto exagerada e que continuava teimando em viver.

Aliás, a respeito dessa coisa de morrer ou não, lembrei que um dia o então Deputado Manuel Gaudêncio acompanhava o recém eleito Deputado Sócrates Pedro em uma visita ao Congresso Nacional quando encontraram o Deputado Federal Janduí Carneiro, já idoso e com uns lapsos de memória.  Gaudêncio apresentou Sócrates e Jandui perguntou pelo irmão dele, Sósthenes Pedro. Ao ser informado por Sócrates que Sósthenes havia falecido, lamentou muito mas de repente confundiu-se. Dirigiu-se a Sócrates e perguntou: “- Mas meu amigo, me diga uma coisa, você é o irmão que morreu ou o que está vivo? ” .

Já meu amigo Ivan Santiago há muitos e muitos anos tomou uns goles a mais numa festa em minha casa e não conseguiu dirigir até sua residência. Estacionou o Opala (4 portas, 2 bancos inteiriços) no acostamento da avenida Tamandaré (à época mão dupla) e deitou no banco dianteiro onde imediatamente dormiu. Meia hora depois o famoso Macepa (afrodescendente gago, sem dentes nem juízo) ia passando pela calçadinha à procura de um local para dormir quando viu o carro de Ivan. Entrou e foi dormir no banco traseiro, sem que Ivan tivesse acordado. Ocorre que naquela tarde nosso amigo Mingo mandara pintar os cabelos e sobrancelhas de Macepa de louro, preparando-o para o carnaval, mas ninguém ainda havia visto o “presépio”.

Uma hora depois uma Kombi que vinha em sentido contrário capotou quase em frente ao Opala e veio se arrastando pelo asfalto com um princípio de incêndio. O barulho acordou os dois, que viram aquela bola de fogo encaminhar-se para eles. Só que Ivan não sabia que Macepa estava no banco traseiro. De repente ouviu aquele grito: “- Cabo Ivan, morremo!”. Ivan virou-se e lá estava o afrodescendentão Macepa com o cabelo louro, banguela e os olhos aboticados. Ali, por instantes, Ivan teve certeza de que não somente morrera mas estava no inferno.

Sofri muito menos com minha “morte”.

Que em 2018 tenhamos mais saúde e paz, mas principalmente tempo disponível para aproveitar os dons de Deus junto aos que amamos.

 


Att,

Pires Bezerra Advocacia