Linduarte aos 90, Aruanda aos 60
Ao completar seus 90 anos, Linduarte comemora conosco, mesmo distante, lá dos céus, os 60 anos de Aruanda, sua magnânima obra. Mesmo tendo rodado outros bons filmes como Cajueiro Nordestino e o primeiro longa na Paraíba, Salário da Morte, é Aruanda que merece o maior bolo, com palmas, vivas e velas. Com esse filme, o amigo cineasta deu início ao cinema novo brasileiro, causando inveja aos meios mais avançados do cinema no país. Glauber Rocha se surpreendeu com esse repente paraibano…
Linduarte Noronha se realizou, no mundo do cinema, mesmo que tenha exercido, com profissionalismo, sua vida de jornalista, projetando-se nas rádios e nos jornais da sua terra. Era tido como indispensável pelos colegas de jornal, intelectuais e amantes do cinema, quando se catavam ideias nas rodas de conversa de bar, nos bate-papos informais e mesmo nas salas de aula sobre a sétima arte. Como um bom jornalista, tinha sempre uma divertida crônica na ponta da língua ou um monte de ideias para espalhar. Foi montado numa dessas ideias, levando consigo Wills Leal na garupa, que viajou a Salvador para espiar, de perto, as estruturas e funcionamento dos cuidados de preservação da memória e do patrimônio. Então, voltando, criou-se o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (IPHAEP), em cuja Galeria dos Ex-Presidentes, tenho a honra de ladear Linduarte Noronha. Fumando seu cachimbo, Linduarte baforou 18 anos da sua vida, como se fosse um enredo de um extenso longa-metragem, nesse Instituto. E sempre carregando consigo o cinema e a fama de ter feito Aruanda.
A palavra Aruanda veio, em transformações, através do uso de Luanda, possuindo vários significados, conforme a endoculturação religiosa e cultural de cada grupo afrodescendente. Linduarte fez o filme; e Lúcio Vilar, o festival, desde quando congrega amantes do cinema, cinéfilos, cineastas, diretores, produtores, atrizes e atores. Ab origine a essas outras utilizações, Aruanda, enquanto festival, em 5 anos ininterruptos de existência, acontece sempre diferente, atraente e mais bonito. E agora, num modelo inédito, salvando-se da peste epidêmica da covid-19; doença que não estará preventivamente nas salas e nos auditórios, mas, quem sabe, no écran , devidamente documentada, como marco de uma época, que gerou algumas mudanças de hábitos e costumes. Há quem duvide sobre o que seja Aruanda, em razão das suas variadas definições, mas, aqui e agora, em João Pessoa, com o repetido apoio do Governo João Azevêdo, de 10 a 17 de dezembro, haverá Aruanda, o admirável, atraente e prazeroso Fest Aruanda. Quem não perder um dia, nessa XV edição, receberá proteção e indulgências dos anjos, dos santos e das santas do cinema.
Ao completar seus 90 anos, Linduarte comemora conosco, mesmo distante, lá dos céus, os 60 anos de Aruanda, sua magnânima obra. Mesmo tendo rodado outros bons filmes como Cajueiro Nordestino e o primeiro longa na Paraíba, Salário da Morte, é Aruanda que merece o maior bolo, com palmas, vivas e velas. Com esse filme, o amigo cineasta deu início ao cinema novo brasileiro, causando inveja aos meios mais avançados do cinema no país. Glauber Rocha se surpreendeu com esse repente paraibano…
Linduarte Noronha se realizou, no mundo do cinema, mesmo que tenha exercido, com profissionalismo, sua vida de jornalista, projetando-se nas rádios e nos jornais da sua terra. Era tido como indispensável pelos colegas de jornal, intelectuais e amantes do cinema, quando se catavam ideias nas rodas de conversa de bar, nos bate-papos informais e mesmo nas salas de aula sobre a sétima arte. Como um bom jornalista, tinha sempre uma divertida crônica na ponta da língua ou um monte de ideias para espalhar. Foi montado numa dessas ideias, levando consigo Wills Leal na garupa, que viajou a Salvador para espiar, de perto, as estruturas e funcionamento dos cuidados de preservação da memória e do patrimônio. Então, voltando, criou-se o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (IPHAEP), em cuja Galeria dos Ex-Presidentes, tenho a honra de ladear Linduarte Noronha. Fumando seu cachimbo, Linduarte baforou 18 anos da sua vida, como se fosse um enredo de um extenso longa-metragem, nesse Instituto. E sempre carregando consigo o cinema e a fama de ter feito Aruanda.
A palavra Aruanda veio, em transformações, através do uso de Luanda, possuindo vários significados, conforme a endoculturação religiosa e cultural de cada grupo afrodescendente. Linduarte fez o filme; e Lúcio Vilar, o festival, desde quando congrega amantes do cinema, cinéfilos, cineastas, diretores, produtores, atrizes e atores. Ab origine a essas outras utilizações, Aruanda, enquanto festival, em 5 anos ininterruptos de existência, acontece sempre diferente, atraente e mais bonito. E agora, num modelo inédito, salvando-se da peste epidêmica da covid-19; doença que não estará preventivamente nas salas e nos auditórios, mas, quem sabe, no écran , devidamente documentada, como marco de uma época, que gerou algumas mudanças de hábitos e costumes. Há quem duvide sobre o que seja Aruanda, em razão das suas variadas definições, mas, aqui e agora, em João Pessoa, com o repetido apoio do Governo João Azevêdo, de 10 a 17 de dezembro, haverá Aruanda, o admirável, atraente e prazeroso Fest Aruanda. Quem não perder um dia, nessa XV edição, receberá proteção e indulgências dos anjos, dos santos e das santas do cinema.
Damião Ramos Cavalcanti