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    Independência, multilateralismo e autodeterminação dos povos (Damião Ramos Cavalcanti)

 

      
 

          Está próxima a hora da Independência, como se se tratasse do dia 7 de setembro; o que me leva a refletir sobre as intenções e os propósitos de alguns países que querem, a todo custo, subjugar economicamente o nosso país, tomando as nossas riquezas, as nossas terras e o que está debaixo dela, como o petróleo, e agora a riqueza tão cobiçada com o nome de terras raras, já que parte das outras minas já foram praticamente entregues. O grito, “Independência ou morte”, ensinado nos manuais escolares, simboliza valentia. As ameaças, em forma de tarifas, parecem com a espada de Dâmocles, pendurada por um frágil cordão, sobre as nossas cabeças… Mas, vamos superar!       
           Os tempos são outros e outras são as águas dos rios, dos riachos. E também o conceito de independência e a quem ele se aplica. Ontem, era se libertar de Portugal; hoje, de quem é o jugo? O grito é um aviso de luta, não de dor; para a independência, não precisamos lutar, basta altivez ou soberania, que são ameaçadas, até com a arma moderna das tarifas.
          Naquele dia, historicamente, mais precisamente em 7 de setembro de 1822, “às margens do riacho Ipiranga”, consideravam-nos dependentes de Portugal. Ocorreu o grito, fácil, sem resistência, o que se comemorou em todo o Brasil, do Chuí ao Oiapoque, da Ponta do Seixas à Nascente do Rio Moa. Laços, símbolos portugueses, foram retirados do peito, como pintou Pedro Américo: sem luta, com muita facilidade; sem protestos, sem quase alguma reação armada do reino; e o povo lusitano não reclamou. Enfim, só faltava o grito que estava tartamudo. Aqui e agora, enquanto o fogo queima nossas florestas e derrubam, na Amazônia, árvores centenárias, há, entre nós, adeptos a esses incêndios e a outras ações intervencionistas. Discutem-se estatísticas, como se eles estivessem apenas reclamando calor.
           Há notícias dos que rosnam invadir países da América Latina, inclusive nossos vizinhos hermanos; são quase as mesmas  bocas que lembram Calabar, mas que politicamente dizem  confessar a bandeira brasileira. Nesse dia 7 de respeito à soberania do país, viva também a “autodeterminação dos povos”, de todas as nações em todos os países; contra toda e qualquer interferência, invasão, a pretexto de perseguir o tráfico de drogas ou de querer intervir na ordem do país alheio.  

          Constata-se que o mundo se tornou uma aldeia, hoje, tão globalizada que a preocupação em se proteger o meio ambiente deve ser uma atitude consequentemente global, para que aconteça a preservação da natureza como bem comum a todos. Dessa conscientização, ainda somos vantajosamente dependentes. Sem essa preocupação globalizada, brevemente a Terra não sobreviverá, teremos necessidade de outro planeta. De tudo isso, haja dependência, mesmo no Dia da Independência. Contudo, ser independente da opressão é a independência que é um direito, nunca dado, mas sempre defendido e conquistado. 
             Ser independente é se desfazer dos fatores econômicos que tornam o Brasil um país dependente e livre para realizar sua política internacional de relações com os outros países. Nesse sentido, participe o Brasil para proveito da sua economia, da comunidade dos BRICs e possa respeitar e praticar o multilateralismo; desate os nós que nos amarrem ao unilateralismo, o que é contrário à ainda não alcançada autodeterminação dos povos. Que haja um Brasil independente, com autodeterminação, com leis respeitadas pelo nosso povo e por outras nações, livre ao comércio internacional e construtor do nosso próprio modelo.          

Damião Ramos Cavalcanti

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