Era sábado, era dia, de um dia desses que não queremos mais lembrar, mas era necessário vivê-lo e senti-lo, foi importante a dor, o sentimento para que aquele perverso e insano dia se tornasse a maior lição de vida e de amor.
Quando o sol já tendia a se pôr, desci a rua sem olhar seus raios que sempre me impulsionam e me ligam à gratidão a Deus, olhos e punhos guiavam o caminho do homem em situação de fraqueza, o sinal abre e a curva à esquerda mostra o frágil elo humano em busca da notícia ideal para uma tragédia em curso.
Ai, nesse curso do rio nasce a aurora sem pressa, mas com uma força silenciosa que vence a escuridão, transpõe a dor, desperta arcanjos de mãos e atos sacrossantos em resgate da vida. Ela não grita, não impõe, simplesmente surge, e ao surgir transforma tudo.
É o primeiro respiro da luz depois da noite longa, o sinal de que o tempo recomeça e a esperança encontra caminho. Sua força está na soma do bem de muitos, no ideal de todos em objetivo centrado na esperança que faz certeza da vida, todos os dias ela retorna, mesmo após as noites mais densas.
A aurora ensina que a renovação não vem do rompimento brusco, mas da persistência serena, da união de todos, da coragem de agir, do não desistir. Aos poucos, ela aquece, revela contornos, devolve cores e sentidos ao mundo.
É força que não fere, mas cura, salva, alimenta, renasce. Força que não domina, mas orienta e ensina. A aurora é a coragem mansa de quem sabe que, por mais escura que seja a noite, a luz sempre encontra um jeito de nascer.
Aurora é vida que em milagre se torna vida. É renascer na manjedoura do Jesus de Natal. É ele vivo em nós.
De um dia de domingo
21/12/25 Véspera do Natal
Carlos Marques Dunga Jr
Feliz Natal!