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FÉLIX ARAÚJO, UM MÁRTIR DA POLÍTICA (Rui Leitão)

Na história de Campina Grande o advogado e poeta Félix Araújo desponta como uma das mais importantes personalidades do mundo literário e político daquela cidade serrana. Ainda que tenha nascido no sítio Conceição, município de Cabaceiras, no ano de 1922, foi na “rainha da Borborema” que construiu sua vida marcada por atuações que o tornaram uma figura reverenciada em toda a Paraíba. Quando concluiu o ginásio no Colégio Diocesano Pio XI, de Campina Grande, foi o orador oficial da solenidade.

Aos 16 anos de idade já demonstrava sua extraordinária capacidade intelectual na publicação de artigos em jornais da Paraíba e de Pernambuco, o que fez por merecer elogios de Alceu Amoroso Lima. Na década de 40 publicou poemas que se tornaram conhecidos em todo o pais, dentre os quais “Tamar”, “Dor”,“Náufrago”, Carrossel da Vida” e “Álbum da Guerra”.

Integrou voluntariamente a Força Expedicionária Brasileira, como combatente, na Segunda Guerra Mundial. Antes de embarcar para a Europa liderou comícios e passeatas contra o nazismo e participou ativamente dos movimentos populares em prol da entrada do Brasil no conflito. Retornando ao Brasil, criou programas na Rádio Borborema, como ‘A Voz dos Municípios’ e, na Rádio Caturité manteve o programa ‘Carrossel da Vida’, onde lia diariamente crônicas por ele mesmo escritas .

Teve atuação meteórica no mundo da política, mas o suficiente para se firmar como uma liderança que não se intimidava em enfrentar embates ideológicos, sempre pautando sua oratória no pronunciamento de discursos éticos, mas enfáticos, na defesa do que acreditava. Ainda muito jovem coordenou as campanhas eleitorais do prefeito Elpídio de Almeida, em 1947, de quem foi Secretário de Educação, e do governador José Américo de Almeida, no ano de 1950.

Como vereador em Campina Grande, sendo o mais votado na eleição de 1951, desenvolveu uma ação forte de combate à corrupção, denunciando a administração do então prefeito Plinio Lemos, após romper com o governador que ajudara a se eleger. Por conta de seu corajoso desempenho parlamentar, foi vítima de um traiçoeiro crime político, cometido em 13 de junho de 1953, na calçada de um prédio em frente à Câmara Municipal, na Maciel Pinheiro, quando não havia completado, ainda, 31 anos de idade. Internado às pressas na Casa de Saúde Dr, Brasileiro, convalesceu por duas semanas, até que aconteceu a sua morte, causando profunda consternação na cidade.

Seu trágico e prematuro desaparecimento da vida política e literária, fez com que passasse a ser considerado um mártir da politica, sendo homenageado com seu nome dado a logradouros, escolas, a biblioteca municipal, de Campina Grande, e até a Câmara dos Vereadores, que foi denominada como Casa de Félix Araújo. Imortalizou-se, não só na memória do povo campinense, mas de todos os paraibanos.