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Blog do Vavá da Luz

EURICO DO VASCO ( Marcos Souto Maior (*)

 

                 Pacientemente, aguardei a vez do meu Clube de Regatas Vasco da Gama conquistar o título de campeão carioca de 2015, com todo mérito aos seus destemidos jogadores, técnico inteligente, funcionários capacitados e o baluarte presidente, Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, que voltou ano passado para impor a reconquista ao respeito devido e à determinação para vencer a qualquer custo!

Como torcedor vascaíno, mesmo morando distante, na minha querida cidade de João Pessoa, ponto mais avançado das Américas Latinas, onde o sol nasce primeiro, acompanhei a trajetória do time, ora pela televisão, ora presente nos estádios cariocas, e não foi diferente neste domingo de muito sol, quando, na companhia de familiares, fiz questão de vestir a camisa cruzmaltina para todo mundo ver, a mim e à Lúcia Helena, cozinheira espetacular, de muitos anos de forno e fogão, como dizem no meu nordeste sofrido.  

                Imaginei e senti segurança de que o Vascão, ao enfrentar com êxito o Botafogo do Rio, novamente iria derrotá-lo, já que havia vencido no primeiro jogo entre os contendores por 1 x 0, no Engenhão, e tinha direito ao empate pelas regras do campeonato carioca de 2015.

Historicamente, na Paraíba também há um Botafogo, este com destaque para estrela vermelha no peito, que, em 06 de março de 1980, abriu o placar para vencer, por 2 x 1, o poderoso Flamengo, do Rio, este com a famosa composição de craques como Zico, Júnior, Adílio, Andrade, Carpegiane e Tita, que fez o gol de aperreio em pleno Maracanã.

Aquela partida ouvi pelo radinho de pilhas, pelas ondas curtas e médias da Rádio Tabajara, torcendo pela Paraíba futebolística que hoje completa 35 anos da memorável e vitoriosa conquista da “Taça Brasil”, equivalente à série A do atual Campeonato Brasileiro. E o “Belo”, apelido do Botafogo da Paraíba, bateu ainda o Internacional gaúcho e empatou com o Cruzeiro de Minas, rendendo-lhe o alcunha de “Matador de Tricampeões”, tendo escalados o goleiro Hélio e os também craques Nicácio, Magno, Zé Eduardo e Evilásio.

Ontem, torci e vibrei com o meu Vascão, em partida com excesso de cartões amarelos e uma expulsão, traduzida em um espetáculo assistido por mais de sessenta mil torcedores, que lotaram o Maraca para ver a Cruz de Malta vencer no jogo de volta, por 2 x 1, o Botafogo do Rio de Janeiro, agora vice do cariocão! Nenhuma violência acontecida, dentro ou fora do templo do Maracanã, envolvendo os torcedores, lição de exemplo aos demais que não participaram da partida histórica de futebol.

                Enfim, o trem bala da colina rigorosamente voltou aos trilhos, com muita lenha para queimar e sem estação para parar, sob o comando do competente maquinista Euricão, debaixo da experiência assimilada, desde os 23 anos de idade, quando ainda universitário de Direito, ingressou como Diretor de Cadastro no Vasco da Gama. Agora, com seus setenta e um anos, usando suspensórios e fumando o tradicional charuto, trouxe a torcida exigente para incentivar mais vitórias nos campos de jogos, contratando o técnico Doriva e um novo plantel com muita garra e destemor. A lição de Eurico fica para todos os que amam o futebol!

(*) Advogado e desembargador aposentado